O adjetivo infinito (do latim infinítu) denota algo que não tem limites, não teve princípio e nem há de ter fim, ou algo que é inumerável. Em sentido figurado pode significar Deus, o absoluto e/ou eterno. O símbolo do infinito, representa ago bastante grande, imensurável. Muito similar a Ouroboros (espécie de cobra, que come a sua própria cauda).
No século XXI, o símbolo atingiu uma certa popularidade no mundo das tatuagens. Para a grande maioria das pessoas que fazem uma tattoo com o ‘infinito’ o significado é quase sempre o mesmo – mudança, algo sem começo ou fim pré-definido. Em algumas ocasiões pode significar a vida, pois em algumas religiões o símbolo faz menção ao processo de reencarnação.
Além do popular, o conceito é usado em vários campos do conhecimento, como a matemática, filosofia, a física e a teologia. O símbolo infinito é representado por: ∞. A notação, aparentemente críptica, foi estabelecida pelos matemáticos não como uma linguagem secreta, mas como uma maneira de aumentar a clareza. A história mostra que os símbolos surgiram para melhor formular hipóteses e argumentos. Antigamente, para descrever os objetos matemáticos e as suas relações, os autores utilizavam a linguagem escrita.
História
O século XVII representou um avanço no estudo da matemática e das ciências naturais. Entre outros postulados, foi criado o cálculo diferencial e integral. Na virada para o século XVIII, Isaac Newton (1643-1727) e Gottfried Wilhelm Leibniz (1646-1716) lançaram as bases de um teoria sistemática, que mais tarde favoreceu ao nascimento da linguagem de fórmulas.
Um dos estudiosos mais atentos a esse desenvolvimento formal da matemática foi o inglês John Wallis (1616-1703). Além de introduzir uma série de simplificações na linguagem algébrica, ele foi o primeiro a abreviar o conceito de ‘infinito’ com o símbolo ∞.
A ambiguidade do termo era debatido havia mais de 2 mil anos. Utilizada por Aristóteles, a palavra grega ‘apeiron’ já se destacava pela sua multiplicidade de significados – sem limites, incerto, absurdamente grande, além de possuir conotação negativa, correspondente ao caos que se instalara. De fato, Aristóteles via a infinitude como algo imperfeito. Somente no início da era cristã que se associou o ‘infinito’ ao ‘Um’ divino. As reflexões da Idade Média, acerca da natureza do infinito e da essência do contínuo, formaram a base para a abordagem matemática do cálculo infinitesimal no século XVII.
Possível Origem
Não há muitos registros quanto a origem do símbolo. Podemos especular que as razões para a escolha de Wallis tenha referências em sua formação. Antes de ser matemático, o pesquisador inglês era filólogo, ou seja, sabia que o símbolo utilizado pelos romanos para o número 1000 (M) podia representar ‘um número grande’. Bernhard Nieuwntijt, matemático e filósofo holandês, utilizou o símbolo ‘m’ para infinito, em seu trabalho Analysis infinitorum. O símbolo proposto por Wallis, não tinha nenhum outro uso, além de ser bastante sugestivo, como laço que sempre retorna a si mesmo.
No começo do século XVIII, o símbolo entrou na linguagem matemática e filosófica, sempre relacionado ao conceito do infinitamente pequeno, cuja legitimidade e significado estavam baseados pelo cálculo infinitesimal. A partir do trabalho de Leonhard Euler (1707-1783), que adotou uma visão formal e não admitiu legitimidades metafísicas para as grandezas infinitamente pequenas, o símbolo ∞ tornou-se parte integrante da literatura matemática.
Em meados do século XIX, a teoria das grandezas infinitesimais foi substituída pela moderna teoria do cálculo diferencial e integral, que passou a exigir um cuidado muito maior com a exatidão formal e lógica. O símbolo ∞ passou a indicar os processos de passagem ao limite – no sentido de Aristóteles, um infinito potencial.