PERGUNTA: Podeis dizer-nos algo mais sobre a imperiosa necessidade de "limpeza" das zonas umbralinas do Astral inferior, e como isso pode causar repercussões vibratórias calamitosas no plano físico?
RAMATÍS: O assunto é muito amplo e foi aprofundado em outra obra Comentaremos, então, algo dentro do contexto de influência das práticas mágicas populares. Atualmente, há um desnível energético entre as comunidades do Astral inferior e a coletividade encarnada.
As habitações umbralinas estão cada vez mais fortalecidas em razão da constante oferta de vitalidade etérica do sangue, por meio de ritos que distorcem o merecimento coletivo, pelo total desrespeito ao livre-arbítrio individual. Na verdade, uma é mantenedora da outra nesse desequilíbrio. Os bárbaros ritos de magismo com sacrifícios de animais, realizados usando a mediunidade, potencializam negativamente os rebeldes e imorais habitantes da subcrosta.
Obviamente isso causa impacto em toda a conduta da sociedade humana, de enorme repercussão vibratória na aura planetária, já que a magia negativa realizada com rituais de sacrifício, somada às matanças nos abatedouros e frigoríficos, é praticada em todo o globo terrestre. Como "o que está em cima é igual ao que está embaixo", igualmente existe ressonância no plano tridimensional físico, que tem por objetivo sempre o verdadeiro equilíbrio atemporal. Lembrai-vos dos cataclismos, tornados e enchentes que começam a se repetir no presente e verificareis uma reprise da época da submersão do continente da Atlântida, meramente por uma relação de causalidade que se repete.
Enquanto os terrícolas não se espiritualizarem, libertando-se dos fetichismos atávicos, as bases que sustentam as fortalezas dos magos trevosos do Umbral serão alimentadas.
Urge o equilíbrio; as recentes movimentações das placas tectônicas planetárias demonstram intensas mudanças da natureza, a qual está se adaptando às ondas mentais mais rápidas dos espíritos que reencarnam neste início de terceiro milênio e às irremediáveis remoções das cidadelas do Umbral. Os repetentes na escola do Evangelho do Cristo terão irremediavelmente de ser transportados para orbes mais atrasados. É seu direito cósmico continuar evoluindo. Os espíritos são imortais, e suas moradas são muitas, todas de acordo com a evolução das consciências. Tudo é movimento na busca harmônica que se sustenta com o amor. É inconcebível matar para um falso equilíbrio. Enquanto não cessarem os atos egoísticos que ceifam vidas na busca de benesses espirituais, a natureza não deixará de responder com força, na perseguição pela verdadeira harmonia cósmica.
PERGUNTA: Verificamos, em alguns terreiros de práticas mágicas, um espaço para assentamentos dos mortos, os conhecidos eguns, espíritos desencarnados de familiares que também são objetos de culto. Existem, inclusive, compartimentos com objetos que pertenceram ao defunto e são enterrados em potes. Qual a finalidade oculta desses assentamentos vibratórios?
RAMATÍS: - A finalidade é a fixação e o aprisionamento vibratório dos entes desencarnados, que por sua vez foram condicionados pelas tradições orais e almejam isso para não ficarem vagando na crosta qual zumbis. Esses espíritos que desencarnaram e são ligados a esse culto ancestral na Terra ficam presos na contraparte etéreo-astral do terreiro, não se libertando da crosta e servindo, submissos, aos mais diversos tipos de tarefas e realizações dos humanos da Terra. Nessas comunidades não existe a consciência de merecimento e livre-arbítrio, e, além disso, é muito tênue a linha divisória entre o magismo positivo e o negativo. Dessa maneira, realiza-se outro ciclo de oferendas votivas cultuadas com animais sacrificados e muito sangue, pois é urgente "alimentar" energeticamente esses espíritos aprisionados, sedentos das sensações corpóreas. Por isso, nesses locais todo o "equilíbrio" (força mantenedora ou axé), em movimento entre os dois planos de vida, tem de ser constantemente renovado com sacrifícios animais, sob pena de "desequilíbrio" por perda da vitalidade dos habitantes do além-túmulo, os quais, hipnotizados e presos no vaso carnal dos médiuns que se reúnem para cultuá-los, precisam ser alimentados, advindo daí as infindáveis comidas de "santos". São seres aprisionados entre si, em total cegueira existencial, habitantes de diferentes dimensões, presos às questões terrenas, sentindo fome, sede e libido, locupletando-se nos gozos e objetivos personalistas propiciados pelo invólucro carnal possuído. Nessa relação ancestral, qual parasita que em simbiose se confunde com seu hospedeiro, urge o esclarecimento para libertar consciências escravas dos fetichismos e crendices que alimentam e fortalecem os habitantes do Astral inferior, diante da comunidade encarnada.
(Origem: “A Missão Da Umbanda” Ramatís/Norberto Peixoto – Editora do Conhecimento)