Oxum, Deusa Africana, orixá das águas dos rios e cachoeiras, que tem como domínio as energias do Amor, Riqueza, Fecundidade, Gestação e Maternidade.
É a dona da fecundidade das mulheres, a dona do grande poder feminino, a criação.
É a mãe das crianças, seres inocentes e sem maldade, zelando por elas desde o ventre até que adquiram a sua independência.
Oxum, assim como Afrodite, são conhecidas popularmente pela sedução e vaidade. Ambas, regentes do domínio de sua sexualidade e fecundidade, ainda possuem o arquétipo limitado ao sexo e a sedução, tornando-se , para os que não conhecem sua energia por completo, uma estrutura de força feminina limitada apenas pela sensualidade e pela sexualidade.
Contudo, assim como o leque e o espelho, um de seus instrumentos de poder, chamado Abebé, o feminino traz a força de suas múltiplas faces.
Estas Deusas, Oxum e Afrodite, regem a sabedoria sagrada da Sexualidade, do poder gestacional de criar e fecundar não apenas filhos mas todo o potencial criativo em todos os setores da vida da mulher.
Oxum, carrega consigo o Abébé, instrumento de poder que representa o ventre e o poder das mães ancestrais. É através do espelho que Oxum pode se observar e observar o que está atrás de si, sua ancestralidade. Ela, como regente dos nascimentos, tem autorização para resgatar a sabedoria ancestral para trazer o novo. É a energia do ciclo de renascimento que está ativa pelo poder de criar.
Oxum é aquela que guarda a porta de comunicação entre a ancestralidade e o nascimento. Rege os partos e porta o espelho. Cabe a ela enxergar através de si o potencial de renovação das gerações.
Olhar-se no espelho denota coragem, esta coragem vem da libertação do julgamento dos outros. É coragem de se reconhecer bela e inteira na forma que se é. É empoderar-se de seu corpo, de sua energia e de seu potencial como mulher, como fêmea, como regente dos ciclos.
Oxum e seu Abébé, representam o poder do feminino em olhar-se e enxergar em si mesma a beleza de alma que nós mulheres temos e está sendo ferido há tanto tempo. É reconhecer este poder individual, único e exclusivo, apropriar-se dele e ativar o potencial criativo e criar a partir de seu desejo.
O Abebé traz o poder da mulher de se enxergar como capaz. Capaz de tudo o que desejar, pois o poder de criação está em suas mãos, no seu ventre e no seu olhar.
Basta ter coragem de se enxergar como Deusa criadora da própria vida.
Ora iê iê ô.
por Lívia Correia