Os drusos (em árabe: درزي, pl. دروز, transl. darazī, pl. durūz; em hebraico: דרוזים, transl. druzim) são uma pequena comunidade religiosa autónoma, que reside sobretudo no Líbano, em Israel, na Síria, na Turquia e na Jordânia (pequenas comunidades expatriadas existem ainda nos Estados Unidos, no Canadá, na América Latina, na Austrália e na Europa). Eles usam a língua árabe e seguem um modelo social muito semelhante ao dos Árabes da região. Não são considerados muçulmanos pela maioria dos muçulmanos da região, apesar de alguns drusos dizerem que a sua religião é islâmica. A maioria dos drusos considera-se árabe, apesar de alguns drusos israelenses não se considerarem como tal. Existem cerca de um milhão de drusos em todo o mundo, a maioria dos quais vivendo no Médio Oriente.
Os drusos intitulam-se em árabe como Ahl al-Tawhid, "o povo do monoteísmo". A origem do nome druso é debatida, mas costuma ser ligada com Adarazi, um antigo mensageiro da comunidade, que é considerado atualmente pelos drusos um herético.
Estimativas atuais colocam o tamanho da população drusa entre 800 000[1][2][3] e 2 milhões de pessoas.[4]
História[editar | editar código-fonte]
A religião desenvolveu-se a partir do Islão ismaelita, um movimento filosófico baseado no Califado Fatímida, no século X, numa época de particular riqueza cultural. A religião não tentou reformar o Islão, mas criar um novo corpo religioso, influenciado pela filosofia grega, a gnose e o cristianismo, entre outros.
Os principais actores foram Aláqueme Biamir Alá, o califa que clamou ser Deus, e Hâmeza ibne Ali ibne Amade, o principal líder do movimento. Foi Hâmeza que proclamou publicamente, pela primeira vez, que Aláqueme era Deus. Aláqueme enfrentou a oposição dos muçulmanos ortodoxos por aquilo que eles consideraram como apostasia e foi desdenhado pela sua violência extrema, ao perseguir minorias religiosas (tais como os cristãos). Em 1010, Aláqueme destruiu a Igreja do Santo Sepulcro, em Jerusalém.
Porque os drusos consideram Aláqueme como a encarnação de Deus, foram perseguidos pelos muçulmanos ortodoxos, em especial depois da morte de Aláqueme, em 1021. Os drusos usaram então a taqiyya ("dissimulação"), mantendo a sua verdadeira crença em segredo e aceitando formalmente a religião dominante. Os drusos acreditam que Aláqueme desapareceu e irá regressar no final dos tempos.
Os drusos tiveram um papel importante na história do Levante. Eles estavam espalhados pelo monte Líbano, que era conhecido como a montanha dos Drusos e, mais tarde, no igualmente chamado monte dos Drusos (Jabal Alduruz; em árabe: جبل الدروز) ou ainda, Jabal Alárabe), na Síria.
Os drusos também tiveram um papel importante na Guerra Civil Libanesa (1975 -1990). Organizaram uma milícia, provavelmente a mais forte da guerra no Líbano, sob o comando de Walid Jumblatt, filho de Kamal Jumblatt - em oposição à milícia cristã maronita falangista de Bachir Gemayel. Eles estavam baseados na área do monte Líbano, especialmente na região do Shouf.