sábado, 14 de setembro de 2019

Dangbe

Dan, Dagbe, Oxumare. No candomblé do Ile Ase Ijino Ilu Orossi.
Dangbê[1] - É a píton sagrada, cultuada sobretudo em Uidá, no Benim, onde seu convento principal fica em frente a catedral católica romana. Não pode se confundir com Dan. Enquanto Dan é associado às serpentes em geral, Dangbê é representado pela inofensiva píton real. A píton é, aliás, considerada como morada do próprio vodun. Enquanto Dan possui aspectos masculinos e femininos em separado, Dangbê é simultaneamente macho e fêmea. Mas da mesma forma que Dan, também Dangbê é associado ao arco-íris.
Dizem que o culto de Dangbê é originário da Estado Savi Hweda, no litoral ao sul de Ouidah, e que ele saiu diretamente do próprio mar, sendo considerado filho de Hu, o oceano imutável e misterioso que a tudo circunda. Dangbê rege a imortalidade, a duração das coisas, a preservação da vida, e seus iniciados, os dangbesì falam em dialeto hwedá durante o período de reclusão no hunkpame.
Uma tradição conta que foi Dangbê quem "abriu os olhos dos homens", mas se desconfia que essa afirmação pode ter nascido com a introdução da tradição bíblica, que trata do papél da serpente no Jardim do Éden.
O centro de seu culto era Savi, onde era cultuado como o tóhwyó (ancestral mítico divinizado) da família real hwedá reinante, sendo também, portanto, um henu-vodun. Quando o Reino do Daomé conquistou o reino hwedá em 1727, o culto de Dangbê foi transferido de Savi para Ouidah.[2]
Os fon classificam quatro sub-espécies de píton, cada uma cultuada em um hunkpame diferente de Ouidah.
  • Na Diáspora, tanto no Vodu do Haiti, como no Candomblé JêjeDan e Dangbê parecem haver se fundido em uma única entidade. Também identificado no merindilogun pelo odu iká e representado materialmente e imaterial pelo candomblé, através do assentamento sagrado denominado igba dangbe.