A transmutação (Processo de transformação de algo comum em valioso), ou alquimia cósmica, ocorre em todos os planos da existência, visível e invisível, na ascese evolutiva do espírito. Tornou-se, também, a idéia básica derivada da antiga filosofia hermética, ensinamentos do sábio Hermes Trismegisto. O homem, criado à imagem e semelhança de Deus, pode criar, tendo as mesmas potencialidades do Criador. Não haveria um conjunto de leis para o Cosmo e outro para o homem; logo, um mesmo conjunto de leis tudo rege, tanto no Espaço sideral como em todos os lugares, perceptíveis e imperceptíveis aos sentidos físicos.
A matéria-prima da criação é a "energia-espírito" e o fluido cósmico universal, pois o movimento ou vibração da mente, num ato volitivo, dividiria essa energia em todas as formas de matéria. Os alquimistas desconheciam vossa terminologia da atual ciência física, entretanto, compreenderam na Antiguidade que toda matéria era uma só coisa, provinda da mesma essência, havendo somente uma diferença vibratória em suas várias formações. Logo, a transmutação seria alcançada através da real compreensão da Lei das Correspondências no Cosmo, que atua em todos os níveis vibracionais.
Lamentavelmente, muitos alquimistas, obsedados pelos magos negros, deturparam os conhecimentos herméticos primitivos, deixando-se levar pela tresloucada ambição, e conseguiram agir através da manipulação. magnética das energias-espírito neutras da natureza, ou elementais, despolarizando as correspondências magnéticas, positiva ou negativa, de cada elemento material que tentavam alterar ou transmutar, em busca do seu sonho, o ouro.
E como é essa Lei das Correspondências? Cada espírito, independente de seu estágio evolutivo, encontrando-se acrisolado num corpo físico ou estando a movimentar-se no plano mental puro, livre das formas, está sujeito à correspondência atrativa do semelhante com semelhante, positivo com positivo, negativo com negativo. Vossa ciência física já aceita o conceito de antimatéria, de holograma, quarks, realidade virtual, mas ainda não se deu conta da atração das cargas de mesmo sinal, em que semelhante atrai semelhante e dessemelhante repele dessemelhante, que trará uma nova visão do Universo, permitindo abrigar uma série de fenômenos espirituais, mentais e físicos. O descortinar desses novos conhecimentos da física terrena está aprovado pelos Maiorais dos destinos de vosso orbe e, gradativamente, descerão do Alto como chuva no deserto árido de vosso atual estágio mental. Acabará a incredulidade dos terrícolas em relação às verdades espirituais e, nesse movimento evolucional do planeta, não haverá nenhuma demonstração de dogmatismo, comparável ao existente na época do consternado Galileu.
O pensamento é a mola propulsora que faz a ação nos sete planos ou campos vibracionais, que estão em correlação e interpenetrados no Cosmo, numa espécie de coexistência, que foge à vossa concepção linear de tempo e espaço, em razão da dificuldade de plena compreensão por faltar equivalência em vosso escasso vocabulário que vos faça entender e descrever em minúcias cada um. Assim, é necessário repetirmos esta conceituação na continuidade desta exposição, a fim de fixar-vos, convenientemente, os enunciados, pois, se observardes, cada mensagem tem trazido conceitos importantes às mensagens subsequentes.
Esses planos, ou campos vibracionais em sucessão, são como dimensões de vida interpenetradas; as de vibrações mais rápidas e rarefeitas permeiam as mais lentas e condensadas, mas sem se misturarem. Do mais lento para o mais rápido, temos: o plano material com o corpo físico e o corpo etérico ou duplo -etérico; o plano astral com o corpo astral ou o perispirítico; o plano mental com os corpos mental inferior e mental superior, e os planos búdico e átmico.
Qualquer agente no Cosmo, desde o primeiro estágio da manifestação da consciência e da vida na matéria está sujeito à atuação e ao magnetismo do campo vibracional correspondente. Quanto mais condensada a matéria, mais lenta é a vibração do campo apropriado. Quanto mais rarefeita a matéria, com menos massa, mais rápida a vibração adequada. Como no Cosmo tudo é harmônico, existem sete grandes faixas vibratórias correspondentes a harmonizá-la.
De conformidade com a elevação da faixa vibracional, tudo é mais leve, mais fluídico, mais luminoso e mais modificável pela força de transmutação alquímica do pensamento. Os campos vibracionais se complementam e se influenciam mutuamente. Todos estão em vós, como corpos intermediadores das diferentes faixas vibratórias do espírito encarnado. As potencialidades ascensionais do Criador, dormitam nos Seus filhos amados, criados à Sua imagem e semelhança, embora nunca igualando-O. Sais anjos, aguardando vosso momento de pairar nos jardins angelicais em que o Pai os recepcionará com o Seu amor indescritível e indecifrável por faltarem vocábulos correspondentes no vosso atual plano de manifestação.
O plano em que vos manifestais é o material, em correspondência com o corpo físico e seus limitados sentidos, que sustentam a vida do espírito encarnado com os seus semelhantes. O corpo etéreo ou duplo etérico liga-se ao físico e ao perispírito ou corpo astral, intermediando e transmitindo ao cérebro físico as manifestações vibratórias e impulsos do espírito e também de outros espíritos desencarnados. A mente do espírito atua no plano mental, através do seu corpo mental. Estando encarnado ou desencarnado, em todos, independente desses corpos intermediadores, está contido o princípio espiritual, eu divino impulsionado a ser crístico, quando atingir sua plenificação na longa escada evolucional.
Existe uma força centrífuga, que dirige o princípio espiritual para o "centro" do corpo físico, imantando-o com fortíssimo magnetismo, em correspondência com o campo gravitacional da Terra, mantendo-o encarcerado e impedindo-o de retomar ao Todo cósmico, ao seio do Pai.
Nas leis de causalidade que regem o Cosmo, há o princípio de dualidade universal; tudo que é material é não-material, tudo que parece ser não é, o impermanente e o permanente, o manifesto e o imanifesto, o Criador Incriado, o bem e o mal, o feio e o belo. Em toda força centrípeta de atração a um ponto central, há uma força centrífuga de repulsão em igual correspondência, que se afasta ou se desvia desse centro.
Sendo assim, existe uma força natural que empurra o princípio espiritual na sua ascese rumo à perfeição, rumo ao plano mental puro, onde os espíritos angélicos se movimentam na imensidão cósmica. No movimento ascensional do espírito, o seu livre-arbítrio pode ser a força centrífuga que o retém ou a força centrípeta que o liberta no determinismo do movimento progressivo, de destinação ao eu crístico.
O gráfico ao lado mostra os "campos vibracionais em sucessão. É como se fossem dimensões de vida interpenetradas, as de vibrações mais rápidas e rarefeitas permeando as mais lentas e condensadas, mas sem se misturarem. Do mais lento para o mais rápido, temos: o plano material com o corpo físico e o corpo etérico ou duplo etérico; o plano astral com o corpo astral ou perispirítico; o plano mental com os corpos mental inferior e mental superior, e os planos búdhico e átmico."
"No movimento ascensional do espírito, o seu livre-arbítrio pode ser a força centrípeta que o liberta ou a força centrífuga que o retém, que o solta, no determinismo do movimento progressivo, de destinação ao eu crístico."
As forças centrípeta e centrífuga aumentam ou diminuem conforme os pensamentos e os sentimentos. O destino dos insensatos, sintonizados com a força centrífuga de imantação do orbe, é pensar que breve e cheia de tédio é a vida; que ninguém regressa do Além. Como o rastro de uma nuvem se dissolve em vã neblina, assim como os raios solares dissipam o efêmero orvalho matinal na grama, entendem que a existência não tem repetição, entregando-se à fugaz ilusão das "doces" sensações da carne. Entre folguedos, no meio de preciosos licores, se empanturram de comes e bebes, campeiam na luxúria e no sexo desvairado, inebriados que se encontram. Tudo querem ganhar: riqueza, elogios e projeção. Os bens materiais e a escravidão ao sensório são sua razão de viver. Ostentação, arrogância, convencimento, ira, vaidade e hipocrisia, são os sinais dos perdedores e incrédulos.
Enredados nessa ilusão, impuros são os seus corações, insaciáveis os seus corpos e obscurecidas as suas mentes. São as desgraças do vosso orbe, que impedem a paz e o progresso e promovem a queda e a ruína. Têm urgência de se coroarem, antes que a rosa da vida murche, perca o encanto e o perfume inebriante.
No outro extremo, temos a força centrípeta do eu divino, melhor amiga do homem, em constante combate com o ego humano, o seu pior inimigo. Os valores, os pensamentos e os sentimentos do Evangelho do Cristo são o mapa seguro da libertação: amando o próximo e perdoando. Nos homens que já sublimaram o ego e os sentimentos inferiores, há solidariedade, fraternidade para com os semelhantes, seus iguais. Agem corretamente, em harmonia com a lei, sem apego ao mundo ilusório da matéria, desinteressadamente, sem ódios, paixões ou veleidades. Vivem em ambiente de harmonia, de pureza, comendo e bebendo moderadamente. Controlam o corpo. A razão dobra as paixões, a língua maledicente e a mente rebelde. Mediante a contemplação do verdadeiro eu, espiritual, na serenidade da renúncia, encontram a paz dentro de si e prosseguem confiantes no jornadear, como luzes a brilhar, chamas crísticas no meio da escuridão.
Muita paz e muita luz!
Ramatís.