Quando o Espiritismo trata do assunto “sexo”, o vê de forma total; o ser é uma totalidade. Portanto, acima de tudo, quando a pessoa está num relacionamento íntimo com outra, está passando a sua cota de energia, e ao mesmo tempo recebendo aquela energia que lhe pode ser oferecida. Entendendo dessa forma, o sexo, veremos que, na constituição psicofísica e etérica do ser humano, nós temos o corpo físico, o duplo etérico (corpo de plasma biológico equivalente ao corpo físico), o perispírito e os demais corpos superiores, como o corpo mental inferior e superior e assim por diante. Mas o duplo etérico assume um papel importante na constituição orgânica e psíquica do ser humano. Ele é o depositário das energias vitais do Homem, e, quando o ser humano desencarna, deixa de ter o duplo etérico, que é um corpo físico baseado em matéria, num padrão ligeiramente diferente, porque é matéria em estado plasmático, por isso se chama “etérica”, pois é do mundo etérico, primitivo.Esse corpo é a fonte primordial que nós todos temos, da energia vital que nos abastece, portanto, nas relações sexuais, é desse duplo etérico que parte a cota de energia para nos abastecer.
Dessa forma fica fácil entender que, esse tipo de energia mais material o desencarnado não tem ,e é aí que esses seres se aproximam dos encarnados para se abastecerem dessas energias.
Estamos falando das perturbações que atingem os “sexólatras”, forma específica de perturbação espiritual causada por espíritos ligados à questão sexual, que sabem e têm lá sua técnica de estimular desequilíbrios nessa área.
E por que então esses espíritos se abastecem através dos encarnados? Primeiro porque a sensação de satisfação orgásmica que o sexo proporciona ao encarnado, o espírito não tem plenamente porque não possui mais o duplo etérico, que é a fonte de abastecimento vital. Ele também não se vitaliza com a relação sexual em si por causa da falta do duplo etérico, portanto, se ele não estiver liberto dessas sensações vai precisar recorrer a quem as têm, que somos nós, os encarnados. Nesse caso eles não conseguem satisfação plena e precisam dessa associação temporária, muitas vezes longa, com muitos encarnados, que são desdobrados pelo sono do corpo, e não desdobrados, dentro do corpo físico.
Quando esses “hospedeiros”, os encarnados, têm algum desejo sexual e abrem um campo mental favorável eles se aproximam aqueles que tinham desejos semelhantes e, por meio da satisfação que o encarnado vai encontrar, acabam também, sugando essa energia, como se fossem vampiros desencarnados que roubam a vitalidade dos encarnados. É claro que essa associação entre encarnados e desencarnados, muitas vezes demorada, não vem de um momento para outro. Isso acontece porque muitas vezes nós nos entregamos a essa hipnose dos sentidos, e o sexo faz com que se torne fácil que percamos o limite do bom senso. No momento em que a pessoa perde o seu bom senso ou senso de limite, não está apenas se abastecendo energeticamente, está servindo de ligação para esses espíritos, que têm sentimentos, sensações e desejos semelhantes aos seus, está passando seu abastecimento vital para os desencarnados. Da parte do desencarnado, ele está querendo apenas o seu abastecimento energético; vai se abastecer e se satisfazer via ser encarnado. Já o encarnado, aquele que está servindo de hospedeiro, sente um ligeiro aumento da sensação de prazer. É como se de uma hora para outra o seu orgasmo se multiplicasse por quatro, cinco vezes, e ele se sentisse plenamente satisfeito naquele momento, como se aquela tivesse sido a melhor relação sexual que já teve, que era tudo o que ele queria na vida. Se estiver “pulando a cerca”, então, vai achar que encontrou sua alma gêmea porque teve uma sensação extraordinária. Claro, porque a sensação não foi só dele, foi dele e do desencarnado, e somadas as duas sensações a impressão que fica é a de que teve um orgasmo acima de todas as expectativas. Isso acaba gerando um processo que André Luiz chama de “simbiose espiritual”, entre os desencarnados e encarnados que são vítimas dessa situação. No momento em que estabelecemos essa simbiose energética e espiritual, nós vamos sentir esse aumento do prazer, da energia sexual, e logo depois estaremos envolvidos com as cenas de sexo, como se aquilo ficasse povoando a nossa esfera mental; porque nesse momento já estamos em sintonia com o desencarnado que também tinha esse desequilíbrio, e a sua imagem mental passa a povoar nossa aura e nossa mente. Algumas pessoas dizem: “mas eu fiz isso sem querer!” Os desencarnados não nos obrigam a nada. Num processo obsessivo ou de simbiose mental os espíritos apenas realçam aquilo que já existe dentro de nós, mas não farão aparecer um desejo ou uma tendência que não existia antes.