PERGUNTA: Poderíeis esclarecer-nos sobre essa função mais positiva que a defumação teria nas reuniões mediúnicas e doutrinações espiritistas?
RAMATÍS: É de senso comum que o espírito concentrado num objetivo psíquico torna-se mais sensível à auscultação dos próprios sentidos físicos. O homem recolhido a um aposento, à meia-luz ou no escuro, passa a perceber os ruídos e os odores mais sutis do ambiente.
É o que acontece nas reuniões espíritas mediúnicas, quando o silêncio e a tranqüilidade apuram o olfato e a audição, no esforço de concentração dos médiuns e presentes.
Sabe-se que a Umbanda firma o seu intercâmbio mediúnico através de cânticos, altares, danças, luz, flores, velas, vestimentas e defumações, proporcionando o ambiente eletivo aos pretos-velhos, bugres e caboclos, enquanto o bom êxito nas mesas requer, justamente, o contrário, como sejam o silêncio absoluto e a dispensa completa de quaisquer ritos ou objetos. A reunião silenciosa, e a prece murmurada na obscuridade do labor tradicional da "mesa espírita", aguça os sentidos físicos e os faz captar facilmente os mínimos ruídos e odores do ambiente. Os poros da pele ficam mais sensíveis e até a pulsação cardíaca torna-se audível. Há pessoas que jamais se acomodam na concentração do trabalho mediúnico, à meia-luz, pois despertam e desconcentram-se a cada instante, sob o estremecimento do médium, a tosse do vizinho ou o odor desagradável.
Muitas coisas que passariam despercebidas numa reunião comum, são facilmente percebidas no silêncio e na obscuridade de uma reunião mediúnica a portas fechadas!
Sem dúvida, bem mais sensato seria o uso da defumação odorante em tal situação, e que serviria de grande auxílio para o melhor êxito das reuniões kardecistas, embora objetivando apenas a sua manifestação física!
Do Livro: “Magia de Redenção” Ramatís/Hercílio Maes – Editora do Conhecimento.