sexta-feira, 16 de março de 2018

TIPOS DE MEDIUNIDADE:



03.3.1 – MÉDIUNS DE EFEITOS FÍSICOS:
 
Produzem fenômenos materiais como movimentos em corpos inertes ruídos, etc.

03.3.1.1 – Médiuns Tiptólogos: 
Aqueles pela influência dos quais se produzem os ruídos, as pancadas. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade.

03.3.1.2 - Médiuns Motores: Os que produzem movimentos dos corpos inertes. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade.

03.3.1.3 - Médiuns de translações e de suspensões: os que produzem a translação aérea e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem elevar-se a si mesmos. Mais ou menos raros, conforme a amplitude do fenômeno; muito raros, no último caso.

03.3.1.4 – Médiuns de Efeitos Musicais: 
Os que produzem execução de instrumentos musicais sem o contato físico. Provocam a execução de composições, em certos instrumentos de música. Muito raros.

03.3.1.5 – Médiuns de Transporte: 
Movimentam um objeto de grande porte de um lado para outro. Telecinéticos. Inclusive a longas distâncias são os que podem servir de auxiliares aos Espíritos para o transporte de objetos materiais. Variedade dos médiuns motores e de translações. Excepcionais.

03.3.1.6 – Médiuns de Aparições: 
Conseguem com aparições fluídicas, tangíveis usando matéria astral chamada de ectoplasma. Os que podem provocar aparições fluídicas ou tangíveis, visíveis para os assistentes. Muito excepcionais.

03.3.1.7 – Médiuns Noturnos:
 Os que só na obscuridade obtêm certos efeitos físicos, outros só obtém certos efeitos físicos na obscuridade total.

03.3.1.8 – 
Médiuns Pneumatógrafos: os que obtêm a escrita direta. Fenômeno muito raro e, sobretudo, muito fácil de ser imitado pelos trapaceiros.
NOTA: Os Espíritos insistiram, contra a nossa opinião, em incluir a escrita direta entre os fenômenos de ordem física, pela razão, disseram eles, de que: "Os efeitos inteligentes são aqueles para cuja produção o Espírito se serve dos materiais existentes no cérebro do médium, o que não se dá na escrita direta. A ação do médium é aqui toda material, ao passo que no médium escrevente, ainda que completamente mecânico, o cérebro desempenha sempre um papel ativo."

03.3.1.9 – Médiuns curadores: os que têm o poder de curar ou de aliviar o doente, só pela imposição das mãos, ou pela prece. "Esta faculdade não é essencialmente mediúnica; possuem-na todos os verdadeiros crentes, sejam médiuns ou não. As mais das vezes, é apenas uma exaltação do poder magnético, fortalecido, se necessário, pelo concurso de bons Espíritos."

03.3.1.10 – Médiuns excitadores: pessoas que têm o poder de, por sua influência, desenvolver nas outras a faculdade de escrever.
"Aí há antes um efeito magnético do que um caso de mediunidade propriamente dita, porquanto nada prova a intervenção de um Espírito. Como quer que seja, pertence à categoria dos efeitos físicos."
 
03.3.2 -MÉDIUNS DE EFEITOS INTELECTUAIS:

03.3.2.1 - Médiuns audientes: os que ouvem os Espíritos. Muito comuns. "Muitos há que imaginam ouvir o que apenas lhes está na imaginação."
 
03.3.2.2 - Médiuns falantes: os que falam sob a influência dos Espíritos. Muito comuns.
 
03.3.2.3 - Médiuns videntes: os que, em estado de vigília, vêem os Espíritos. A visão acidental e fortuita de um Espírito, numa circunstância especial, é muito freqüente; mas, a visão habitual, ou facultativa dos Espíritos, sem distinção, é excepcional.
"É uma aptidão a que se opõe o estado atual dos órgãos visuais. Por isso é que cumpre nem sempre acreditar na palavra dos que dizem ver os Espíritos."
 
03.3.2.4 - Médiuns inspirados: aqueles a quem, quase sempre mau grado seu, os Espíritos sugerem idéias, quer relativas aos atos ordinários da vida, quer com relação aos grandes trabalhos da inteligência.
 
03.3.2.5 - Médiuns de pressentimentos: pessoas que, em dadas circunstâncias, têm uma intuição vaga de coisas vulgares que ocorrerão no futuro.

03.3.2.6 - Médiuns proféticos: variedade dos médiuns inspirados, ou de pressentimentos. Recebem, permitindo-o Deus, com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a revelação de futuras coisas de interesse geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para instrução destes. "Se há profetas verdadeiros, mais ainda os há falsos, que consideram revelações os devaneios da própria imaginação, quando não são embusteiros que, por ambição, se apresentam como tais." (Veja-se, em O Livro dos Espíritos, o n. 624 - "Características
do verdadeiro profeta".)

03.3.2.7 - Médiuns sonâmbulos: os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por Espíritos.

03.3.2.8 - Médiuns extáticos: os que, em estado de êxtase, recebem revelações da parte dos Espíritos. "Muitos extáticos são joguetes da própria imaginação e de Espíritos zombeteiros que se aproveitam da exaltação deles. São raríssimos os que mereçam inteira confiança."
 
03.3.2.9 - Médiuns pintores ou desenhistas: os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos. Falamos dos que obtêm trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que Espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atrasado estudante.
Os Espíritos levianos se comprazem em imitar. Na época em que apareceram os notáveis desenhos de Júpiter, surgiu grande número de pretensos médiuns desenhistas, que Espíritos levianos induziram a fazer as coisas mais ridículas. Um deles, entre outros,
querendo eclipsar os desenhos de Júpiter, ao menos nas dimensões, quando não fosse na qualidade, fez que um médium desenhasse um monumento que ocupava muitas folhas de papel para chegar à altura de dois andares. Muitos outros se divertiram fazendo que os médiuns pintassem supostos retratos, que eram verdadeiras caricaturas.

03.3.2.10 - Médiuns músicos: os que executam, compõem, ou escrevem músicas, sob a influência dos Espíritos. Há médiuns músicos, mecânicos, semimecânicos, intuitivos e inspirados, como os há para as comunicações literárias. (Veja-se - Médiuns para efeitos musicais.)


03.3.3 - VARIEDADES DOS MÉDIUNS ESCREVENTES

03.3.3.1 - Segundo o modo de execução:

03.3.3.1.1 - Médiuns escreventes ou psicógrafos: os que têm a faculdade de escrever por si mesmos sob a influência dos Espíritos.
Médiuns escreventes mecânicos: aqueles cuja mão recebe um impulso involuntário e que nenhuma consciência têm do que escrevem. Muito raros.

03.3.3.1.2 - Médiuns semimecânicos: aqueles cuja mão se move involuntariamente, mas que têm, instantaneamente, consciência das palavras ou das frases, à medida que escrevem. São os mais comuns.

03.3.3.1.3 - Médiuns intuitivos: aqueles com quem os Espíritos se comunicam pelo pensamento e cuja mão é conduzida voluntariamente. Diferem dos médiuns inspirados em que estes últimos não precisam escrever, ao passo que o médium intuitivo escreve o pensamento que lhe é sugerido instantaneamente sobre um assunto determinado e provocado. "São muito comuns, mas também muito sujeitos a erro, por não poderem, multas vezes, discernir o que provem dos Espíritos do que deles próprios emana."

03.3.3.1.4 - Médiuns polígrafos: aqueles cuja escrita muda com o Espírito que se comunica, ou aptos a reproduzir a escrita que o Espírito tinha em vida. O primeiro caso é muito vulgar; o segundo, o da identidade da escrita, é mais raro.

03.3.3.1.5 - Médiuns poliglotas: os que têm a faculdade de falar, ou escrever, em línguas que lhes são desconhecidas. Muito raros.

03.3.3.1.6 - Médiuns iletrados: os que escrevem, como médiuns, sem saberem ler, nem escrever, no estado ordinário. "Mais raros do que os precedentes; há maior dificuldade material a vencer."

03.3.3.2 - Segundo o desenvolvimento da faculdade:

03.3.3.2.1 - Médiuns novatos: aqueles cujas faculdades ainda não estão completamente desenvolvidas e que carecem da necessária experiência.

03.3.3.2.2 - Médiuns improdutivos: os que não chegam a obter mais do que coisas insignificantes, monossílabos, traços ou letras sem conexão. (Veja-se o capítulo "Da formação dos médiuns”.)

03.3.3.2.3 - Médiuns feitos ou formados: aqueles cujas faculdades mediúnicas estão completamente desenvolvidas, que transmitem as comunicações com facilidade e presteza, sem hesitação. Concebe-se que este resultado só pelo hábito pode ser conseguido, porquanto nos médiuns novatos as comunicações são lentas e difíceis.

03.3.3.2.4 - Médiuns lacônicos: aqueles cujas comunicações, embora recebidas com facilidade, são breves e sem desenvolvimento.

03.3.3.2.5 - Médiuns explícitos: as comunicações que recebem têm toda a amplitude e toda a
extensão que se podem esperar de um escritor consumado. "Esta aptidão resulta da expansão e da facilidade de combinação dos fluidos. Os Espíritos os procuram para tratar de assuntos que comportam grandes desenvolvimentos."

03.3.3.2.6 - Médiuns experimentados: a facilidade de execução é uma questão de hábito e que muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto que a experiência resulta de um estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência dá ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, para lhes apreciar as qualidades boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o embuste dos Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as aparências da verdade. Facilmente se compreende a importância desta qualidade, sem a qual todas as Outras ficam destituídas de real utilidade. O mal é que muitos médiuns confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão, produto da organização física. Julgam-se mestres, porque escrevem com facilidade; repelem todos os conselhos e se tomam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os captam, lisonjeando-lhes o orgulho. (Veja-se, adiante, o capítulo "Da obsessão".)

03.3.3.2.7 - Médiuns maleáveis: aqueles cuja faculdade se presta mais facilmente aos diversos gêneros de comunicações e pelos quais todos os Espíritos, ou quase todos, podem manifestar-se, espontaneamente, ou por evocação. "Esta espécie de médiuns se aproxima muito da dos médiuns sensitivos."

03.3.3.2.8 - Médiuns exclusivos: aqueles pelos quais se manifesta de preferência um Espírito, até com exclusão de todos os demais, o qual responde pelos outros que são chamados.
"Isto resulta sempre de falta de maleabilidade. Quando o Espírito é bom, pode ligar-se ao médium, por simpatia, ou com um intento louvável; quando mau, é sempre objetivando pôr o médium na sua dependência. E mais um defeito do que uma qualidade e muito próximo da obsessão." (Veja-se o capítulo "Da obsessão".)

03.3.3.2.9 - Médiun s para evocação: os médiuns maleáveis são naturalmente os mais próprios para este gênero de comunicação e para as questões de minudências que se podem propor aos Espíritos. Sob este aspecto, há médiuns inteiramente especiais. "As respostas que dão não saem quase nunca de um quadro restrito, incompatível com o desenvolvimento dos assuntos gerais."

03.3.3.2.10 - Médiuns para ditados espontâneos: recebem comunicações espontâneas de Espíritos que se apresentam sem ser chamados. Quando esta faculdade é especial num médium, torna-se difícil, às vezes impossível mesmo, fazer-se por ele urna evocação. "Entretanto, são mais bem aparelhados que os da classe precedente. Atenta em que o aparelhamento de que aqui se trata é o de materiais do cérebro, pois mister se faz, freqüentemente, direi
mesmo - sempre, maior soma de inteligência para os ditados espontâneos, do que para as evocações. Entende por ditados espontâneos os que verdadeiramente merecem essa denominação e não algumas frases incompletas ou algumas idéias corriqueiras, que se
deparam em todos os escritos humanos."

03.3.3.3 - Segundo o gênero e a particularidade das comunicações:

03.3.3.3.1 - Médiuns versejadores: obtêm, mais facilmente do que outros, comunicações em verso. Muito comuns, para maus versos; muito raros, para versos bons.

03.3.3.3.2 - Médiuns poéticos: sem serem versificadas, as comunicações que recebem têm qualquer coisa de vaporoso, de sentimental; nada que mostre rudeza. São, mais do que os outros, próprios para a expressão de sentimentos ternos e afetuosos. Tudo, nas suas comunicações, é vago; fora inútil pedir-lhes idéias precisas. Muito comuns.

03.3.3.3.3 - Médiuns positivos: suas comunicações têm, geralmente, um cunho de nitidez e precisão, que muito se presta às minúcias circunstanciadas, aos informes exatos. Muito raros.

03.3.3.3.4 - Médiuns literários: não apresentam nem o que há de impreciso nos médiuns poéticos, nem o terra-a-terra dos médiuns positivos; porém, dissertam com sagacidade. Têm o estilo correto, elegante e, freqüentemente, de notável eloqüência.

03.3.3.3.5 - Médiuns incorretos: podem obter excelentes coisas, pensamentos de inatacável moralidade, mas num estilo prolixo, incorreto, sobrecarregado de repetições e de termos
impróprios. "A incorreção material do estilo decorre geralmente de falta de cultura intelectual do médium que, então, não é, sob esse aspecto, um bom instrumento para o Espírito, que a isso, aliás, pouca importância liga. Tendo como essencial o pensamento, ele vos deixa a liberdade de dar-lhe a forma que convenha. Já assim não é com relação às idéias falsas e ilógicas que uma comunicação possa conter, as quais constituem sempre um índice da inferioridade do Espírito que se manifesta."

03.3.3.3.6 - Médiuns historiadores: os que revelam aptidão especial para as explanações históricas. Esta faculdade, como todas as demais, independe dos conhecimentos do médium, porquanto não é raro verem-se pessoas sem instrução e até crianças tratar de assuntos que lhes não estão ao alcance. Variedade rara dos médiuns positivos.

03.3.3.3.7 - Médiuns científicos: não dizemos sábios, porque podem ser muito ignorantes e, apesar disso, se mostram especialmente aptos para comunicações relativas às ciências.

03.3.3.3.8 - Médiuns receitistas: têm a especialidade de servirem mais facilmente de intérpretes aos Espíritos para as prescrições médicas. Importa não os confundir com os médiuns curadores, visto que absolutamente não fazem mais do que transmitir o pensamento do Espírito, sem exercerem por si mesmos influência alguma. Muito comuns.

03.3.3.3.9 - Médiuns religiosos: recebem especialmente comunicações de caráter religioso, ou que tratam de questões religiosas, sem embargo de suas crenças, ou hábitos.

03.3.3.3.10 - Médiuns filósofos e moralistas: as comunicações que recebem têm geralmente por objeto as questões de moral e de alta filosofia. Muito comuns, quanto à moral. "Todos estes matizes constituem variedades de aptidões dos médiuns bons. Quanto aos que têm uma aptidão especial para comunicações científicas, históricas, médicas e outras, fora do alcance de suas especialidades atuais, fica certo de que possuíram, em anterior existência, esses conhecimentos, que permaneceram neles em estado latente, fazendo parte dos materiais cerebrais de que necessita o Espírito que se manifesta; são os elementos que a este abrem caminho para a transmissão de idéias que lhe são próprias, porquanto, em tais médiuns encontra ele instrumentos mais inteligentes e mais maleáveis do que num ignaro." - (Erasto.)

03.3.3.3.11 - Médiuns de comunicações triviais e obscenas: estas palavras indicam o gênero de comunicações que alguns médiuns recebem habitualmente e a natureza dos Espíritos que as dão. Quem haja estudado o mundo espírita, em todos os graus da escala, sabe que Espíritos há, cuja perversidade iguala à dos homens mais depravados e que se comprazem em exprimir seus pensamentos nos mais grosseiros termos. Outros, menos abjetos, se contentam com expressões triviais. E natural que esses médiuns sintam o desejo de se verem livres da preferência de que são objeto por parte de semelhantes Espíritos e que devem invejar os que, nas comunicações que recebem, jamais escreveram uma palavra inconveniente.
Fora necessário uma estranha aberração de idéias e estar divorciado do bom senso, para
acreditar que semelhante linguagem possa ser usada por Espíritos bons.

03.3.3.4 - Segundo as qualidades físicas do médium:

03.3.3.4.1 - Médiuns calmos: escrevem sempre com certa lentidão e sem experimentar a mais ligeira agitação.

03.3.3.4.1 - Médiuns velozes: escrevem com rapidez maior do que poderiam voluntariamente, no estado ordinário. Os Espíritos se comunicam por meio deles com a rapidez do relâmpago. Dir-se-ia haver neles uma superabundância de fluido, que lhes permite identificarem-se instantaneamente com o Espírito. Esta qualidade apresenta às vezes seu inconveniente: o de que a rapidez da escrita a toma muito difícil de ser lida, por quem quer que não seja o médium. "É mesmo muito fatigante, porque desprende muito fluido inutilmente."

03.3.3.4.1 - Médiuns convulsivos: ficam num estado de sobreexcitação quase febril. A mão e algumas vezes todo o corpo se lhes agitam num tremor que é impossível dominar. A causa primária desse fato está sem dúvida na organização, mas também depende muito da natureza dos Espíritos que por eles se comunicam. Os bons e benévolos produzem sempre uma impressão suave e agradável; os maus, ao contrário, produzem-na penosa. "É preciso que esses médiuns só raramente se sirvam de sua faculdade mediúnica, cujo uso freqüente lhes poderia afetar o Sistema nervoso." (Capítulo "Da identidade dos Espíritos", diferenciação dos bons e maus Espíritos.)

03.3.3.5 - Segundo as qualidades morais dos médiuns:

Da influência moral do médium, Da obsessão, Da identidade dos Espíritos e outros, para os quais chamamos particularmente a atenção do leitor. Aí se verá a influência que as qualidades e os defeitos dos médiuns pode exercer na segurança das comunicações e quais os que com razão se podem considerar médiuns imperfeitos ou bons médiuns.

Médiuns imperfeitos:

03.3.3.5.1 - Médiuns obsediados: os que não podem desembaraçar-se de Espíritos importunos e enganadores, mas não se iludem.

03.3.3.5.2 - Médiuns fascinados: os que são iludidos por Espíritos enganadores e se iludem sobre a natureza das comunicações que recebem.

03.3.3.5.3 - Médiuns subjugados: os que sofrem uma dominação moral e, muitas vezes, material da parte de maus Espíritos.

03.3.3.5.4 - Médiuns levianos: os que não tomam a sério suas faculdades e delas só se servem por divertimento, ou para futilidades.

03.3.3.5.5 - Médiuns indiferentes: os que nenhum proveito moral tiram das instruções que obtêm e em nada modificam o proceder e os hábitos.

03.3.3.5.6 - Médiuns presunçosos: os que têm a pretensão de se acharem em relação somente com Espíritos superiores. Crêem-se infalíveis e consideram inferior e errôneo tudo o que deles não provenha.

03.3.3.5.7 - Médiuns orgulhosos: os que se envaidecem das comunicações que lhes são dadas; julgam que nada mais têm que aprender no Espiritismo e não tomam para si as lições que recebem freqüentemente dos Espíritos. Não se contentam com as faculdades que possuem, querem tê-las todas.

03.3.3.5.8 - Médiuns suscetíveis: variedade dos médiuns orgulhosos, suscetibilizam-se com as críticas de que sejam objeto suas comunicações; zangam-se com a menor contradição e, se mostram o que obtêm, é para que seja admirado e não para que se lhes dê um parecer. Geralmente, tomam aversão às pessoas que os não aplaudem sem restrições e fogem das reuniões onde não possam impor-se e dominar. "Deixai que se vão pavonear algures e procurar ouvidos mais complacentes, ou que se isolem; nada perdem as reuniões que da presença deles ficam privadas." - ERASTO.

03.3.3.5.9 - Médiuns mercenários: os que exploram suas faculdades.

03.3.3.5.10 - Médiuns ambiciosos: os que, embora não mercadejem com as faculdades que possuem, esperam tirar delas quaisquer vantagens.

03.3.3.5.11 - Médiuns de má-fé: os que, possuindo faculdades reais, simulam as de que carecem, para se darem importância. Não se podem designar pelo nome de médium as pessoas que, nenhuma faculdade mediúnica possuindo, só produzem certos efeitos por meio do charlatanismo.

03.3.3.5.12 - Médiuns egoístas: os que somente no seu interesse pessoal se servem de suas faculdades e guardam para si as comunicações que recebem.

03.3.3.5.13 - Médiuns invejosos: os que se mostram despeitados com o maior apreço dispensado a outros médiuns, que lhes são superiores. Todas estas más qualidades têm necessariamente seu oposto no bem.

Bons médiuns:

03.3.3.5.13 - Médiuns sérios: os que unicamente para o bem se servem de suas faculdades e para fins verdadeiramente úteis. Acreditam profaná-las, utilizando-se delas para satisfação de curiosos e de indiferentes, ou para futilidades.
Médiuns modestos: os que nenhum reclamo fazem das comunicações que recebem, por mais belas que sejam. Consideram-se estranhos a elas e não se julgam ao abrigo das mistificações. Longe de evitarem as opiniões desinteressadas, solicitam-nas.

03.3.3.5.13 - Médiuns devotados: os que compreendem que o verdadeiro médium tem uma missão a cumprir e deve, quando necessário, sacrificar gostos, hábitos, prazeres, tempo e mesmo interesses materiais ao bem dos outros.

03.3.3.5.13 - Médiuns seguros: os que, além da facilidade de execução, merecem toda a confiança, pelo próprio caráter, pela natureza elevada dos Espíritos que os assistem; os que, portanto, menos expostos se acham a ser iludidos. Veremos mais tarde que esta segurança de modo 'algum depende dos nomes mais ou menos respeitáveis com que os Espíritos se manifestem.

Fonte: Texto do Livro dos Médiuns - Allan Kardec.
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03.4 - OUTRA CLASSIFICAÇÃO:


Autor: Carlos Toledo Rizzini

Não é fácil abranger os tipos de mediunidades numa classificação, porque existem peculiaridades pessoais dos dois lados, quando combinadas, geram tipos únicos. Mas ignorando isso podemos organizar uma classificação:

03.4.1 – MEDIUNIDADE DE EFEITOS FÍSICOS
1 – Ruídos: - Golpes, estrondos, arrastar de móveis, correntes, estalos.

2 – Vozes: - Fala direta direta de por uma laringe ectoplasmática.

3 – Música: - Música transcendental e instrumentos sem seres humanos tocando.

4 – Luzes: - Globo luminoso, mãos luminosas, centelhas, bolas de luzes, fachos, luzes disformes, riscos de luz.

5 – Fogo: - Parapirogenia, fogo espontâneo.

6 – Psicocinesia e Telecinesia: - Levitação, movimento de objetos, transporte.

7 – Escritas: - Desenhos, sinais, pinturas em paredes, telas, pele ou papel. Psicopictografia.

8 – Aparições: - Objetos, pessoas falecidas, animais.

9 – Mudança de Estado: - Desmaterialização de objetos, correntes de ventos, frio, calor, alterações de peso, alteração na claridade ambiental.

10 – Gravação de Vozes inaudíveis: - Vozes vinda do espaço (plano astral), são gravadas em fitas magnéticas, palavras ou frases curtas, vozes sepulcrais, sentenças em tom baixo.
03.4.2 – MEDIUNIDADE DE EFEITOS INTELECTUAIS
11 – Lucidez:- Clarividência, vidência, audiência, psicometria. Captação dos estados mentais de desencarnados inconscientes (pensamentos e emoções).

12 – Intuição: – O espírito comunicante transmite suas idéias ao encarnado que, entende-as, interpreta-as e as anuncia com suas próprias palavras.

13 – Inspiração: – Semelhante a anterior (11), porém a interferência é bem menos perceptível, mais discreta, é uma forma do homem receber ajuda dos planos superiores.

 
14 – Desdobramento: Projeção do corpo astral, apometria, clarividência viajora (expansão da consciência)

15 – Incorporação: – Psicografia, psicofonia, consciente ou inconsciente.

03.4.3 – MEDIUNIDADE CURATIVA

16 – Passes: – Imposição das mãos, transfusão de fluídos, magnetismo curativo.

17 – Receituário: – Indicação de medicamentos alopáticos ou homeopáticos pela via espiritual.

18 – Operações: – Com ou sem instrumentos cirúrgicos. Anestesia, assepsia e homostasia por conta de uma equipe espiritual.
03.4.4 – ALGUNS MECANISMOS:

03.4.4.1 – Desdobramentos: - Dá-se o desprendimento do espírito do médium, cujo corpo físico fica em estado cataléptico ou letárgico em repouso. Em dois tipos se caracteriza o desdobramento mediúnico, quase sempre comandado por amparadores espirituais:

03.4.4.1.1 – Transe Letárgico: - O corpo astral (psicossoma) sai do corpo físico e viaja pelo espaço enquanto o corpo físico fica adormecido.

03.4.4.1.2 – Transe Cataléptico: - Clarividência viajora, uma parte do corpo astral sai do corpo físico (expansão da consciência), viaja pelo espaço e relata o que vê e ouve aos que estão perto do corpo físico.

03.4.4.2 – Incorporações: – O corpo do médium se afasta um pouco, tende lateralmente e pelas costas existe a penetração do espírito pela outra parte lateral, para um clarividente que observa uma incorporação notará que existira um corpo com 3 cabeças (paracabeça, cabeça física e cabeça do desencarnado).

03.4.4.3 – Psicofonia Consciente: Quando o médium afasta-se lateralmente mas permanece consciente, como no caso da psicografia, controla a comunicação, varia o grau de sensibilidade, alguns sentem apenas uma dormência no braço e nas mãos.

03.4.4.4 – Psicofonia inconsciente: Quando o médium e adormece, ficando o controle totalmente do espírito desencarnado.

 

03.5 - CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO A NATUREZA:


Fácil observar-se que a mediunidade, embora una em sua essência (faculdade que permite ao homem encarnado entrar em relação com os espíritos), não o é quanto a sua natureza, ou razão de ser; variando de indivíduo para indivíduo.
Assim, destacamos:

03.5.1 - MEDIUNIDADE PRÓPRIA OU NATURAL - Edgard Armond a define: “À medida que evolui e se moraliza, o indivíduo adquire faculdade psíquica e aumenta conseqüentemente sua percepção espiritual. A isso denominamos mediunidade natural. ”.

03.5.2 - MEDIUNIDADE DE PROVA OU TRABALHO - Faculdade oferecida ao indivíduo, em caráter precário, como uma tarefa a desenvolver, quando encarnado, com vistas à sua melhoria espiritual e a de seus semelhantes.
Preparado no plano espiritual, o médium, ao reencarnar tem, no exercício mediúnico, abençoada oportunidade de trabalho.

03.5.3 - MEDIUNIDADE DE EXPIAÇÃO - Há determinadas pessoas compromissadas grandemente em virtude do mau uso de seu livre-arbítrio anterior (em passadas existências), a sensibilidade psíquica aguçada é imposta ao médium como oportunidade para ressarcimento de seus atos menos felizes do pretérito com vistas à sua libertação futura.
Esta mediunidade se manifesta à revelia da criatura e comumente lhe causa sofrimentos aos quais não se pode furtar.
A sua forma de manifestação mais comum é a obsessão que pode atingir até o estagio de subjugação.

03.5.4 - MÉDIUNS MISSIONÁRIOS - Convém lembrar que, além dos aspectos acima referidos, excepcionalmente podemos encontrar médiuns que são verdadeiramente missionários do plano espiritual, entre os homens, os quais, pelos seus elevados dotes morais e espirituais, se tornam, a título de testemunho, em instrumentos da vontade Divina, em favor da humanidade.



Segunda a espiritualidade, a mediunidade é um programa de resgate a espíritos falidos, que antes da encarnação, recebem a missão de auto-resgate e regeneração de faltas passadas.

Vê-se logo que para um médium é grave não tratar seu dom com o devido cuidado. Exercê-lo como forma de divertimento, ou a título de curiosidade.

Todo o médium está programado para prestar serviços, sob a direção de um corpo de espíritos superiores, prestar serviços, auxiliar espíritos perturbados, reajustar desequilibrados, acalentar os aflitos, angustiados e propagar conhecimentos redentores.
O exercício da Mediunidade, exige desprendimento e sentimento social.

Todo o médium deve ter consciência que é um missionário para fazer o bem para os outros e não para si mesmo. Seus dons não são oriundos do seu desenvolvimento mas, para resgatar seus débitos (deformações energéticas do corpo causal).

Um médium deve lutar para aperfeiçoar seus conhecimentos internos, sabendo e reconhecendo seu estado real. No contentamente de carregar um fardo, uma missão e encará-la como uma dádiva, já que estará aliviando o Carma (causa e efeito), mesmo sacrificando sua vida pessoal porém passageira aqui no plano físico.

Raramente uma mediunidade desenvolve-se espontaneamente e sem tropeços. Na grande maioria dos casos ela começa com perturbações nervosas e mentais, próprias do estado inferior do encarnado e servem como advertência.

Um médium atrai espíritos pela sua sintonia energética, geralmente são espíritos perturbados, sofredores. Por isso a necessidade de se desenvolver e desembaraçar-se deles por meio da evangelização, e isto não se dá por outro meio senão por um Centro Espírita.

Uns começam a ver: Vultos, sombras, rostos, vozes, ruídos sentem-se tocados, num processo de enlouquecimento. São sintomas de mediunidade perturbada, que deve ser disciplinada, educada, com esclarecimento e trabalho ativo.

Fonte: Evolução para o Terceiro Milênio - Carlos Toledo Rizzini

03.2 - OS MÉDIUNS


Livro dos Médiuns de Alan Kardec 

Médiuns de efeitos físicos. - Pessoas elétricas. - Médiuns sensitivos ou impressionáveis. - Médiuns audientes. - Médiuns falantes. - Médiuns videntes. - Médiuns sonambúlicos. - Médiuns curadores. - Médiuns pneumatógrafos.
 
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos.
03.2.1 - ESPÉCIES DE MÉDIUNS:
 
Os médiuns podem ser conscientes (facultativos, voluntários) ou inconscientes(involuntários). 
 
Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias:
 
Médiuns de efeitos físicos: os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas.
 
Médiuns de efeitos intelectuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes.

Espécies comuns a todos os gêneros de mediunidade:

03.2.1.1 - Médiuns sensitivos: pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos, por uma impressão geral ou local, vaga ou material. A maioria dessas pessoas distingue os Espíritos bons dos maus, pela natureza da impressão.
"Os médiuns delicados e muito sensitivos devem abster-se das comunicações com os Espíritos violentos, ou cuja impressão é penosa, por causa da fadiga que daí
resulta."
 
03.2.1.2 - Médiuns naturais ou inconscientes (Involuntários): os que produzem espontaneamente os fenômenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das vezes, à sua revelia. São os que exercem sua influência sem querer de forma involuntária, freqüentemente em adolescentes e crianças pequenas.

03.2.1.3 - Médiuns Facultativos ou Conscientes (voluntários): Tem consciência do seu poder e produzem efeitos espíritos pela própria ação da vontade.  Os que têm o poder de provocar os fenômenos por ato consciente. Porém "Qualquer que seja essa vontade, eles nada podem, se os Espíritos se recusam, o que prova a intervenção de uma força estranha." - Não se manifesta a todos com o mesmo grau, mas são raros os médiuns com esse poder.

 
Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra
bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva.

03.2.1.4 -Médiuns sensitivos, ou impressionáveis:
Chamam-se assim às pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que elas não podem explicar. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, sendo assim a impressionabilidade mais uma qualidade geral do que especial. É a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras. Difere da impressionabilidade puramente física e nervosa, com a qual preciso é não seja confundida, porquanto, pessoas há que não têm nervos delicados e que sentem mais ou menos o efeito da presença dos Espíritos, do mesmo modo que outras, muito irritáveis, absolutamente não os pressentem.

03.2.1.5 - Médiuns falantes:
Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes.

Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido. O médium falante geralmente se exprime sem ter consciência do que diz e muitas vezes diz coisas completamente estranhas às suas idéias habituais, aos seus conhecimentos e, até, fora do alcance de sua inteligência. Embora se ache perfeitamente acordado e em estado normal, raramente guarda lembrança do que diz. Em suma, nele, a palavra é um instrumento de que se serve o Espírito, com o qual uma terceira pessoa pode comunicar-se, como pode com o auxilio de um médium audiente.

Nem sempre, porém, é tão completa a passividade do médium falante. Alguns há que têm a intuição do que dizem, no momento mesmo em que pronunciam as palavras.
Voltaremos a ocupar-nos com esta espécie de médiuns, quando tratarmos dos médiuns intuitivos.

03.2.1.6 - Médiuns videntes:
167. Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo. Raro é que esta faculdade se mostre permanente; quase sempre é efeito de uma crise passageira. Na categoria dos médiuns videntes se podem incluir todas as pessoas dotadas de dupla vista. A possibilidade de ver em sonho os Espíritos resulta, sem contestação, de uma espécie de mediunidade, mas não constitui, propriamente falando, o que se chama médium vidente. Explicamos esse fenômeno em o capítulo VI - Das manifestações visuais.
O médium vidente julga ver com os olhos, como os que são dotados de dupla vista; mas, na realidade, é a alma quem vê e por isso é que eles tanto vêem com os olhos fechados, como com os olhos abertos; donde se conclui que um cego pode ver os Espíritos, do mesmo modo que qualquer outro que tem perfeita a vista. Sobre este último ponto caberia fazer-se interessante estudo, o de saber se a faculdade de que tratamos é mais freqüente nos cegos. Espíritos que na Terra foram cegos nos disseram que, quando vivos, tinham, pela alma, a percepção de certos objetos e que não se encontravam imersos em negra escuridão.
168. Cumpre distinguir as aparições acidentais e espontâneas da faculdade propriamente dita de ver os Espíritos. As primeiras são freqüentes, sobretudo no momento da morte das pessoas que aquele que vê amou ou conheceu e que o vêm prevenir de que já não são deste mundo. Há inúmeros exemplos de fatos deste gênero, sem falar das visões durante o sono. Doutras vezes, são, do mesmo modo, parentes, ou amigos que, conquanto mortos há mais ou menos tempo, aparecem, ou para avisar de um perigo, ou para dar um conselho, ou, ainda, para pedir um serviço.

03.2.1.7 - Médiuns sonambúlicos:
172. Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que freqüentemente se acham reunidos. O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. Numa palavra, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos. O médium, ao contrário, é instrumento de uma inteligência estranha; é passivo e o que diz não vem de si Em resumo, o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, enquanto que o médium exprime o de outrem. Mas, o Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos vêem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitirmos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com freqüência sugerido por outros Espíritos. Aqui está um exemplo notável, em que a dupla ação do Espírito do sonâmbulo e de outro Espírito se revela e de modo inequívoco.

A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito seja pouco adiantado. O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do seu próprio Espírito. A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. AI, sobretudo, é que as qualidades morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos. (Veja-se: O Livro dos Espíritos, "Sonambulismo", n. 425e, aqui, adiante, o capítulo sobre a "Influência moral do médium".)

03.2.1.8 - Médiuns curadores:
175. Unicamente para não deixar de mencioná-la, falaremos aqui desta espécie de médiuns, porquanto o assunto exigiria desenvolvimento excessivo para os limites em que precisamos ater-nos. Sabemos, ao demais, que um de nossos amigos, médico, se propõe a tratá-lo em obra especial sobre a medicina intuitiva. Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.
Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso.
Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo. A intervenção de uma potência oculta, que é o que constitui a mediunidade, se faz manifesta, em certas circunstâncias, sobretudo se considerarmos que a maioria das pessoas que podem, com razão, ser qualificadas de médiuns curadores recorre à prece, que é uma verdadeira
evocação. (Veja-se atrás o n. 131.)

03.2.1.9 - Médiuns pneumatógrafos:
177. Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara. Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício; mas, como dissemos, sua utilidade prática se limita a uma comprovação patente da intervenção de uma força oculta nas manifestações. Só a experiência é capaz de dar a ver a qualquer pessoa se a possui Pode-se, portanto, experimentar, como também se pode inquirir a respeito um Espírito protetor, pelos outros meios de comunicação. Conforme seja maior ou menor o poder do médium, obtêm-se simples traços, sinais, letras, palavras, frases e mesmo páginas inteiras. Basta de ordinário colocar uma folha de papel dobrada num lugar qualquer, ou indicado pelo Espírito, durante dez minutos, ou um quarto de hora, às vezes mais. A prece e o recolhimento são condições essenciais; é por isso que se pode considerar impossível a obtenção de coisa alguma, numa reunião de pessoas pouco sérias, ou não animadas de sentimentos de simpatia e benevolência.

03.2.1.10 - Pessoas elétricas:

Nesta categoria parece, à primeira vista, se deviam incluir as pessoas dotadas de certa dose de eletricidade natural, verdadeiros torpedos (*) humanos, a produzirem, por simples contacto, todos os efeitos de atração e repulsão. Errado, porém, fora considerá-las médiuns, porquanto a mediunidade supõe a intervenção direta de um Espírito. Ora, no caso de que falamos, concludentes experiências hão provado que a eletricidade é o agente único desses fenômenos. Esta estranha faculdade, que quase se poderia considerar uma enfermidade, pode às vezes estar aliada à mediunidade, como é fácil de verificar-se na história do Espírito batedor de Bergzabern. Porém, as mais das vezes, de todo independe de qualquer faculdade mediúnica. Conforme já dissemos, a única prova da intervenção dos Espíritos é o caráter inteligente das manifestações. Desde que este caráter não exista, fundamento há para serem atribuídas a causas puramente físicas. A questão é saber se as pessoas elétricas estarão ou não mais aptas, do que quaisquer outras, a tornar-se médiuns de efeitos físicos. Cremos que sim, mas só a experiência poderia demonstrá-lo.