sexta-feira, 16 de março de 2018

JEJUM

01.1 - Jejum nas Religiões
Catolicismo

A Igreja Católica sempre teve uma disciplina penitencial, que inclui o jejum. Na época dos profetas, o jejum era uma forma de arrependimento e de conversão. Hoje é de renúncia ao prazer que o alimento dá, de homenagem a Deus e a Jesus e solidariedade aos que passam fome. É uma forma de purificação e crescimento espiritual. É feito na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa (amanhã, 9/4). O fiel escolhe a forma de jejuar, mas a igreja orienta a privação total ou a redução de uma das refeições principais. Por resolução da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), não é mais obrigatória a abstinência de carne vermelha na Sexta-Feira Santa. Pode ser substituída pela privação de algo prazeroso --como comer chocolate-- ou por uma ação assistencial.
Judaísmo

O principal jejum realizado é o Iom Kipur, dia do perdão (abstenção de líquido, alimento, sexo e cigarro), do amanhecer ao pôr-do-sol. O Iom Kipur é um dia de total transparência, em que a pessoa vai avaliar sua vida, o seu desempenho no ano que terminou. O jejum é feito também em outras quatro ocasiões.
Islamismo

O jejum é um dos cincos pilares da religião. Obrigatório uma vez por ano, no nono mês do calendário islâmico, o Ramadã. Comida, líquido, sexo e álcool são proibidos da alvorada ao pôr-do-sol, com alimentação moderada à noite, acompanhada de orações. É considerado uma purificação física (dá um descanso ao organismo), mental (abstinência de pensamentos considerados ruins) e espiritual (o que inclui o sentimento e a ação de solidariedade aos carentes). Existem ainda jejuns opcionais.
Budismo

O jejum já existia na Índia pré-budista, integrava a prática de mortificação, para alcançar a purificação corporal e espiritual. A prática ainda é conservada, até mesmo em escolas do Japão.

Fontes: Frei Volney Berkenbrock, professor de história das religiões da Universidade Federal de Juiz de Fora; Dario Bevilacqua, porta-voz da Arquidiocese de São Paulo; rabino Nilton Bonder; xeque Jihad Hassan.
201.2 -Desejos do corpo são dominados pelo jejum
BELL KRANZ 
Editora do Equilíbrio

"Eba! Amanhã tem bacalhau." Essa frase animada é um forte indício de que o sentido do jejum de carne, para o católico em questão, irá para o ralo nesta Sexta-Feira Santa. Na casa da sogra, da mama ou no restaurante da esquina (os cardápios se "convertem" nesta época), ele muito provavelmente vai se refestelar --ou se entupir-- da iguaria preparada com esmero para compensar a falta da carne. E a idéia de sacrifício, de renúncia à abundância ou de penitência do jejum religioso simplesmente desaparece. Por fim, após o santo almoço, quem dispõe de um tempinho dorme um bocadinho --afinal a carne pede.

E como pede! Está sempre solicitando e de forma inexorável --por fome, sede, sono, dor, frio. As culturas com base na filosofia grega, como as ocidentais, apoiadas no pensamento platônico, situam o corpo como prisão da alma, diz o professor do Departamento de Teologia da PUC-SP e colunista da Folha Mario Sergio Cortella. O corpo é entendido como a sede da necessidade, o lugar da privação --ele dá cansaço, adoece.

Dá prazer também, como o sexual. Mas é passageiro, a necessidade logo volta à tona. Daí entra a função do jejum em boa parte das religiões, como uma forma de saciar esse corpo insaciável.

Em entrevistas com monge budista, rabino, xeque e cardeal, o jejum aparece como técnica para "tirar o corpo da frente" e, assim, alcançar um estado de desapego material, aproximar-se da divindade ou atingir a prática da solidariedade com os carentes, segundo a religião. O "faminto" também pode ser agraciado com bem-estar, com virtudes como humildade, torna-se mais alerta, com os sentidos mais vívidos, enxergando melhor o entorno e o interior de si mesmo.

Comer, assim como dormir, diz o rabino Nilton Bonder, da Congregação Judaica do Brasil, é uma função que consome um tempo muito grande na vida da pessoa e também da sua atenção -desde a obtenção do alimento até a sua preparação e o ato de comer. "Quando você tira essa função do caminho, percebe: "Uau, alguma coisa é mais importante do que a comida'", diz o rabino. O jejum, portanto, libera a pessoa para ter um dia todo devotado à prática espiritual.

Entre os muçulmanos, essa prática é das mais rígidas e longas. E sentir a fome na pele, pelo menos nesse caso, faz a pessoa se mexer. É fácil ver os necessitados na rua tendo em casa a geladeira cheia, você pensa neles por cinco minutos e pronto, afirma o xeque Jihad Hassan, vice-presidente da Assembléia Mundial da Juventude Islâmica.

A questão é jejuar o mês todo, e a pessoa passar da retórica para a prática, envolvendo-se com os carentes -ou, digamos, liberando a geladeira. "Nada melhor do que a necessidade para fazer o coração frio se aquecer e o coração duro amolecer", resume Hassan.

Essa necessidade promovida pelo jejum religioso "é uma sabedoria dos antigos para obter um certo domínio sobre o corpo, depurar o corpo para o espírito funcionar melhor", diz Antonio José Valverde, chefe do Departamento de Filosofia da PUC-São Paulo.

E a pessoa se sente mais feliz quando domina os seus desejos, porque fica mais forte espiritualmente, diz o cardeal José Freire Falcão, arcebispo emérito de Brasília. Ele recomenda o jejum sobretudo para as pessoas do mundo moderno, "envolvidas pelas "nutrições terrestres", alimentadas por desejos desordenados". A saber: o desejo desordenado de poder, em que se vai atrás dele com o sacrifício da própria dignidade ou esmagando o direito do outro, o de possuir sempre mais e o prazer desordenado.

Barriga vazia também deixa a pessoa humilde. "Com as forças enfraquecidas, você tem uma visão mais humilde de si mesmo; o ego forte tem dificuldade de aceitar suas fraquezas", diz Bonder. Porém há uma armadilha espiritual no jejum.

"Tudo que você faz de forma disciplinar para produzir mais humildade pode provocar o contrário." É o caso do sujeito se achar tão especial pelo que está realizando que acaba orgulhoso, em vez de humilde.

O fato é que "o negócio é bravo", diz o professor do Departamento de Teologia da PUC-SP Fernando Altemeyer. "Nunca sofri tanto como nas 12 primeiras horas." Seu jejum foi político (há 20 anos, em solidariedade a um ato realizado por um grupo de irlandeses), com privação total de alimento durante um dia e meio. Passadas as 12 horas, "você entra em um estado de equilíbrio, torna-se senhor daquele ato, não é mais o desejo que te comanda; foi impressionante para mim".

Além de espiritual, a meta da prática é uma purificação física, se bem que ambas se mesclam. O ex-professor de história das religiões da USP e monge budista do templo Higashi Honganji, Ricardo Mario Gonçalves, durante a sua iniciação, fez cerca de cem dias de abstinência, comendo pouquíssimo.

"O jejum deixa os sentidos mais apurados, você sente o corpo mais saudável, um pouco fraco, mas não está entorpecido por gordura e peso extra", diz ele. A monja Coen, zen-budista, que jejuou em templos no Japão, apesar de em sua tradição não existir a obrigação da prática, conta que a pessoa "escuta melhor, vê melhor, e o olfato e o tato ficam mais vívidos".

No Brasil, praticamente todos os povos indígenas seguem algum tipo de abstenção alimentar em momentos críticos, diz o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Durante a gravidez, o casal segue restrições alimentares; quando a criança nasce, a mãe faz um jejum, que é presente também em certos momentos da adolescência, no processo de formação do pajé ou em benefício do parente próximo que está doente -para eles, os corpos estão em comunicação; se o filho ingerir um alimento proibido para o pai doente, a saúde do progenitor será prejudicada. As razões do jejum? Físicas (terapêuticas) e metafísicas.

Também na umbanda e no candomblé, antes do recebimento dos orixás, o jejum é usado como regra de purificação. "Uma forma de se "limpar", de se distanciar do profano, do que é impuro e de se aproximar do sagrado", explica a antropóloga Fatima Tavares, do Departamento de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora.

E para quem jejum lembra mais um outro ritual, aquele praticado, religiosamente, todos os dias nas academias de ginástica, os médicos avisam: ele não garante um corpinho dos deuses. Pode até emagrecer no início, mas a médio prazo perde o efeito. Pesquisas feitas com ursos mostram que, depois da hibernação de meses, durante o inverno, os bichos saem quase tão gordos como quando entraram.

"Após vários jejuns, o organismo se acostuma a não queimar caloria, guardando reservas para sobreviver", diz o psiquiatra Arthur Kaufman, coordenador do Prato (Projeto de Atendimento ao Obeso, do HC). Aliás, é muito comum entre a turma mais pesada fazer jejum de dia e, à noite, "cair de boca" na comida.

201.3 -Conheça os efeitos do jejum no corpo


da Folha de S.Paulo

O jejum abala o metabolismo do organismo, e isso pode ser benéfico! Mas pode desencadear um distúrbio alimentar, o que é um perigo. Religiosidade à parte, médicos explicam o impacto do jejum no corpo segundo diferentes especialidades.

Abalos no sistema metabólico são interessantes, diz Luiz Eugênio Mello, professor do Departamento de Fisiologia da Unifesp. O organismo muito estável durante muito tempo não exercita a capacidade de se adaptar às alterações ambientais que são inexoráveis --como ser acometido por um vírus ou por um desgaste de uma atividade estressante demais. "O sistema enrijecido é menos maleável para vencer as intempéries", diz ele.

Sobre o estado de alerta e a sensação de bem-estar descritos por quem experimentou o jejum, a explicação médica está na liberação de algumas substâncias neurocerebrais: neurotransmissores, como endorfinas, e hormônios, como noradrenalina e adrenalina, que entram em ação em situações especiais, como estresse.

Essa liberação se dá para compensar a falta de ingestão calórica, explica o psiquiatra Alexandre Azevedo, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC). "É uma falsa sensação até de excesso de energia", diz ele.

Quando esse estoque de substâncias acaba, vêm as sensações de fraqueza, moleza e apatia e a dificuldade de concentração.

Já para o médico Fadlo Fraige, chefe do departamento de endocrinologia da Beneficência Portuguesa, o bem-estar no início do jejum acontece porque a pessoa está fora do chamado pós-prandial (a digestão). Nesse processo, o fluxo de sangue se desloca para o sistema digestivo, diminuindo no restante do corpo. Por isso sente sono e precisa dormir, como o cristão do texto da página anterior.

"Hoje se come mais do que se necessita. Das 24 horas, ficamos cerca de nove no pós-prandial", diz Fraige, referindo-se à digestão de três refeições normais. Se o sujeito encarar pratos pesados e gordurosos, o tempo da digestão pode chegar a 16 horas.

"Segunda-feira devia ser o dia internacional do jejum", diz o médico, sugerindo ingestão apenas de líquidos durante um dia da semana para quem tem sobrepeso ou é obeso e, especialmente, é sedentário. "Seria extremamente benéfico, estaria depurando o organismo", diz ele, alertando para casos em que a prática é proibida, como aos portadores de diabetes.

Para a medicina tradicional chinesa, que considera o alimento e a respiração as fontes básicas de energia para o corpo, não teria sentido se valer do jejum como terapêutica. Porém, "se o corpo está carregado dos chamados excessos momentâneos e um excesso comum é o de ingestão de bebidas", o jejum de um dia com o consumo apenas de líquidos é indicado, diz a médica Angela Tabosa, do Setor de Medicina Chinesa-Acupuntura da Unifesp.

Do Grecco (Grupo de Estudos, Assistência e Pesquisa em Comer Compulsivo e Obesidade, do HC), vem o alerta: "Jejum é um perigo", diz Alexandre Azevedo, coordenador do grupo. "Quase todos os pacientes que têm um distúrbio alimentar, como anorexia e bulimia, têm um histórico de dieta inadequada e, na maioria das vezes, o hábito de jejuar", diz o psiquiatra.

Decidir que não vai jantar um dia ou que vai pular o almoço é considerado jejuar. E atenção: seguir essa prática uma vez por semana ou de forma contínua pode provocar um desequilíbrio neuroquímico e desencadear um distúrbio alimentar.
 
Fonte:  http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u3369.shtml

201.4 -Aprenda a fazer o JEJUM
Retirado do site:
"Todos podem fazer jejum. Sejam idosos ou estejam cansados ou doentes; sejam gestantes, mães que amamentam, jovens ou adultos. todos podem jejuar sem que isso lhe faça mal, mas, pelo contrário, lhes faça bem.
           Muitas pessoas não jejuam porque não sabem fazê-lo. Imaginam que jejuar seja uma coisa muito difícil e dolorosa que elas não vão conseguir fazer". (Pe.Jonas Abib)

           Abordamos aqui o aspecto prático do jejum. Existem várias modalidades de jejum, trataremos, no entanto, somente de quatro tipos que poderão ser de grande proveito para você.
Jejum da Igreja

           Assim é chamado o tipo de jejum prescrito para toda a Igreja e que, por isso, é extremamente simples, podendo ser feito por qualquer pessoa.
Alguém poderia pensar que esse seja um jejum relaxado ou que nem seja realmente jejum, porque ele é muito fácil. Mas não é bem assim.
           Esse modo de jejuar vem da Tradição da Igreja e pode ser praticado por todos sem exceção, sendo esse o motivo porque é prescrito a toda a Igreja.
           O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades.
           Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome.
           O conceito de jejum não exige que você passe fome. Em suas aparições em Medjurgorje, a própria Nossa Senhora o repetiu várias vezes. Jejuar é refrear a nossa gula e disciplinar o nosso comer.
O importante, e aí está a essência do jejum, é a disciplina, e é você não comer nada além dessas três refeições. O que interessa é cortar de vez o hábito de "beliscar", de abrir a geladeira várias vezes ao dia para comer "uma coisinha".          Evitar completamente, nesse dia, as balas, os doces, os chocolates e os biscoitos. Deixar de lado os refrigerantes, as bebidas e os cafezinhos.
Para quem é disciplinado - e muitos de nós o somos -, isso é um jejum, e dos "bravos"! Nesse tipo de jejum, não se passa fome. Mas como "a gente" se disciplina; como refreia a gula! E é esta a finalidade do jejum.
         Qualquer pessoa pode fazer esse tipo de jejum, mesmo os doentes, porque água e remédios não quebram jejum. Se for necessário leite para tomar os remédios, o jejum não é quebrado, pois a disciplina fica mantida. Para o doente e para o idoso, disciplina mesmo talvez seja tomar os remédios e tomar corretamente.
Jejum a pão e água

         Nesse segundo tipo de jejum, deve-se comer pão quando se tem fome e beber água quando se tem sede. Apenas isso e nada mais.
Não se trata de comer pão e beber água ao mesmo tempo. Pelo contrato: é preciso evitar isso. Nosso tipo de pão, quando comido com água, geralmente fermenta no estômago, provocando dor de cabeça.
          É melhor ir comendo aos poucos durante todo o jejum. Você vai perceber que, nesse dia, o pão adquire um novo sabor. Também se deve beber água várias vezes no decorrer do dia. O organismo precisa de água. Por isso, tome água, mesmo que você não tenha sede.
         O principal desse tipo de jejum é que você só coma pão e beba apenas água.
 

Jejum à base de líquidos

        O terceiro tipo de jejum requer que você passe o dia sem comer nada, limitando-se a tomar líquidos. Ou seja, durante todo o seu dia de jejum, você se alimenta somente com líquidos. Essa é uma modalidade muito boa de jejum, que refreia a nossa gula e garante a nossa disciplina.
        Tratando-se de líquidos, temos uma grande variedade de opções e de combinações possíveis; todas elas nos mantêm alimentados e bem dispostos sem a quebra do jejum.
        É recomendável passar o dia tomando chá. Existem vários tipos de chá, podendo-se escolher. Desde que seja quente e com um pouco de açúcar ou mel, o chá alimenta e mantém o estômago aquecido, o que é muito bom. Quem não puder usar açúcar nem mel, pode usar adoçante ou tomar chá puro; fazendo assim estará se privando da glicose, que é alimentícia, mas conservará as vantagens do chá e do calor. Mas, se preferir, você poderá tomá-lo frio ou gelado, especialmente no verão.Laranjada, limonada e sucos de fruta também são indicados para esse dia. O mesmo acontece com os sucos de legumes, como cenoura e beterraba, e de verduras. Veja bem: tome suco, não vitamina. Combinando-se frutas, legumes e verduras, as possibilidades aumentam bastante.
        Os vários sucos, adoçados ou não com açúcar, mel ou adoçante, são sempre alimentícios, deixando o corpo leve para a oração e para as outras atividades intelectuais ou físicas.
        Outra boa opção para esse tipo de jejum é a água de coco, que é completa, já tendo tudo para nos manter hidratados e alimentados. Especialmente para quem tem a sorte de viver nos lugares onde há coqueiros, um jejum a base de água de coco é excelente. Não existe melhor hidratante.


           Qualquer pessoa, mas em especial os idosos e os doentes, pode fazer um jejum muito saudavél à base de caldos. Tal como os sucos, os caldos também apresentam um grande variedade. Observe, no entanto, que estou me referindo a caldos, e não a sopas e canjas, embora se possa fazer caldo de frango e até de carne. O que importa é que o caldo é líquido e tem como vantagens ser nutritivo e quente, além de conter sal. Especialmente em dias frios, os caldos são uma ótima maneira de fazer jejum, pois com eles temos garantida a ingestão das calorias necessárias às nossas atividades, espirituais em particular.
O Jejum completo

          Nesse quarto tipo de jejum, não se come coisa alguma e só se bebe água.
          É recomendável que, antes de experimentar essa forma de jejum, você já tenha feito o jejum a pão e água e o jejum à base de líquidos, que podem servir de treino. No jejum completo, é fundamental beber várias vezes ao dia. Não é bom fazer jejum a seco, isto é, sem tomar água, especialmente quando não se tem um bom treinamento. Mas é possível fazer jejum sem ingerir mesmo água? Sim, como eu já disse, é possível. Porém só as pessoas bem experientes devem tentar fazê-lo.
           É fundamental ter em mente que não estamos nos submetendo a um teste de resistência. Não precisamos provar nada a ninguém: nem a nós, nem ao Senhor.   
        O objetivo do jejum é nos encontrar com Deus, favorecer a oração e nos disciplinar. Ele serve para nos abrir à Graça da contemplação, da intercessão a da Unção do Espírito Santo. Como dissemos acima, nosso organismo precisa de água. Ele necessita estar bem hidratado para agir e reagir no campo espiritual. E como o nosso jejum se destina a combatentes que batalham por Deus na dimensão espiritual, tome água várias vezes ao dia quando praticar o jejum completo.
           Quanto a hora de terminar o jejum, principalmente o jejum completo, Nossa Senhora de Medjugorje fala em encerrá-lo às quatro da tarde. Você pode terminá-lo às cinco, às seis ou às oito horas da noite. O importante é ser comedido e agir com sabedoria. Nossa intenção não é bancar os heróis.
Repito: "não temos de provar nada a ninguém, nem a nós e nem mesmo ao Senhor".
Observações Finais

           Um erro muito comum que as pessoas cometem consiste em fazer um dia de jejum sem tomar café da manhã. Agindo assim, elas na verdade começam a jejuar a partir da última refeição que fizeram, na véspera, e não pela manhã.
           Essas pessoas mal-informadas acabam ficando com dor de cabeça, que em geral; começa bem cedo. Ora, dor de cabeça não é o objetivo do jejum. Além disso, trata-se de uma coisa que deixa a pessoa indisposta o resto do dia, que a torna irritadiça e sempre pronta a perder a paciência. E isso é totalmente oposto ao que se espera conseguir jejuando. É bom que você tome tranqüilamente seu café da manhã, como se faz todos os dias, e, a partir daí, inicie o jejum. Agindo dessa maneira, você fica livre dos ácidos do estômago, da dor de cabeça, da irritabilidade e da indisposição. E isso custa muito pouco: basta tomar café da manhã como nos outros dias.
          Se você não quer mesmo comer nada, ou é daqueles que não fazem uma refeição pela manhã, ao menos beba alguma coisa, de preferência quente. Isso vai fazer bem ao seu aparelho digestivo, preparando-o para o dia de jejum.
          O jejum é uma riqueza que precisamos reconquistar. É uma forte expressão da comunidade que decidiu fazer uma conversão, começar uma vida nova. Você provavelmente é uma das muitas pessoas que não conheciam o que acabei de apresentar e que por esse motivo não jejuava. Agora, com uma nova compreensão do jejum, comece a praticá-lo, pois isso seguramente trará benefícios a você e ao Corpo de Cristo.
                     Deus abençoe o seu jejum.
201.5 -O JEJUM PROJETIVO
(O jejum na projeção astral)
Por Waldo Vieira
Abstinência parcial e temporária com a finalidade de induzir a projeção astral consciente.
Tem como sinônimos: Abstinência alimentar  projeciogênica, projeção pela fome.
Aconselha-se uma boa orientação sobre a prática, com supervisão técnica, para evitar os sintomas desagradáveis.
Estão excluídas desta técnica crianças, pessoas com anemias, pessoas com afecções hepáticas, fumantes inveterados, viciados em drogas (lícitas e ilícitas).
O jejum tende a desintoxicar o corpo físico de cargas de níveis etéricos residuais. Dentro da espiritualidade é considerado um rejuvenescedor celular dos órgãos.
O tempo de jejum é inerente a capacidade de cada individuo, alguns suportam mais tempo do que outros, mas o jejum não deve ser um processo desagradável e punitivo. Segundo estudos a maioria das pessoas perdem entre meio quilo ou  um quilo e meio nas primeiras 24 horas.

201.5.1 - TÉCNICA PROJETIVA DO JEJUM :
201.5.1.1 - ALIMENTAÇÃO x JEJUM:
Os alimentos produzem condições diferentes no organismo, parece que uns fornecem mais energias do que outros.

Energeticamente cada alimento possui uma carga positiva ou negativa de energia cósmica, afetam o corpo astral. O corpo físico ao longo do tempo é construído em grande parte pelos alimentos físicos, porque os elementos básicos da matéria, estão em grande parte dentro dos alimentos.

Uma dieta vegetariana tende a fazer as moléculas de protoplasma menores e mais sensíveis às ondas curtas. Uma barra de ferro se torna magnética quando todas as suas moléculas estão apontando na mesma direção. Tanto é que se colocarmos essa barra no fogo até ficar rubra, ela perderá seu magnetismo, tudo porque a corrente está partida, devido a uma desordenação de direção quanto a polaridade, apontando agora em várias direções.

É possível que algo semelhante ocorra com nosso corpo, que as suas moléculas quando afinadas pelo ritmo, e agindo em uníssono, possam permitir um fluxo de energia através do corpo.

Uma dieta vegetariana tende a despertar a matéria vibrátil do corpo astral, energia leve e saudável como a cenoura, frutas, legumes, vegetais.

Porém o jejum muitas vezes ajuda a libertação do corpo astral. Mas não deve se tornar um hábito porque a alimentação é necessária para a saúde do corpo.
Sabe-se que quanto mais frágil e debilitado o corpo físico ficar, mais longe ele se afastará no plano astral para recarregar as baterias de energia cósmica (energia prânica, energia vital) para compensar a deficiência no plano físico.

Comer (líquidos e sólidos), respirar e dormir são leis naturais (alimentos básicos). Não podemos ignorar nenhuma delas sem sofrer os efeitos nocivos, no plano físico.
201.5.1.2 - AUMENTO DA ENERGIA CÓSMICA PELO JEJUM:
Entretanto, das três fontes de energia cósmica é o sono a mais importante. É fácil observar que se comermos, bebemos e respirarmos adequadamente, poderemos dormir menos e ainda reter uma boa quantidade de energia reserva; mas que, quanto mais dormirmos, menos alimentos nos será necessário.

É por isso que o JEJUM facilita a projeção astral, pois quando o jejum progride uma das fontes alimentícias é cortada, a compensação natural se dá através de mais horas de sono, mais distância do corpo físico quando projetado.


201.5.1.3 - ENERGIA CÓSMICA (PRANA): 
É uma forma sutil de energia que penetra o universo, mas se manifesta de forma especial no organismo humano. O prana é muito ligado ao magnetismo humano, aos processos de curas, revitalização das células, alimento dos CHACRAs (duplo etérico). O prana tem vários níveis vibracionais o mais próximo do plano físico é coletado através do ar, dos raios de sol, do convício com a natureza, dos alimentos sólidos e líquidos, mas diretamente ele é coletada através da Projeção astral.

A projeção em JEJUM acontece por necessidade física e astral.

A projeção pela SEDE acontece por ansiedade e necessidade temporária.

201.5.1.4 - MECANISMO:

Explica-se o mecanismo de atuação do jejum voluntário ou involuntário. Observando-se no sentido da medicina corporal as seguintes conseqüências: Alteração da regulação dietética, metabolismo orgânico, perda que provocará uma futura carência de vitaminas, deficiência de glicose na corrente circulatória que acarretará uma mudança no sistema nervoso, afetando os tecidos do corpo humano. Criando assim estados psicológicos favoráveis a separação da consciência e da mente (Projeção Astral).

201.5.1.5- TEMPO:

Para efeito da Projeção astral os Jejuns devem ser rápidos, de 1 até 3 dias no máximo, até porque se torna benéfico para desintoxicação celular, quando não é prolongado.
201.5.1.6 - JEJUNS LEVES:

No caso de jejuns leves que permita-se ingerir frutas, legumes ou vegetais como alface, pode-se prolongar por mais tempo. 

201.5.1.7 - CUIDADOS TÉCNICOS:

1- Todo o Jejum deve ter um acompanhamento médico.
2 - Escolher um fim de semana ou férias.
3 - Durante o período de Jejum cuidar do ar e da água potável.
4 - Estar em paz consigo, num local tranqüilo e adequado.


201.5.1.8 - TÉCNICA:

Primeiro Dia: -
 Neste dia será mais fácil suportar, surgirá rumores estomacais, cerca de 12 horas após aparecerá a sensação de falsa fome, ou fome psicológica. Agüente, é passageiro este estado que provoca ansiedade e receio. Mantenha o foco de acordar fora do corpo. Podendo praticar uma técnica projetiva, sempre relaxando o estômago através de exercícios de respiração. 
Segundo Dia: - 
No segundo dia, difícil, pois pode aparecer as dores (cabeça, estomacais), porém são passageira, quase todas de origem psicológica em razão da quebra de sua rotina alimentar. Volte a exercitar a respiração profunda alimentando o fundo do pulmão com ar, faça isso pelo menos sete vezes, deseje acordar fora do corpo.
Terceiro Dia: - 
Neste dia, começa a aparecer os benefícios, pois o inconsciente começa a cansar de protestar, desaparecendo as cefaléias, dores estomacais, debilidade física, retornando o raciocínio, ocorrendo leves visões fugazes inofensivas.
Para incrementar imagine seu corpo astral indo até a geladeira, isso vai provocar a saída do psicossoma e do inconsciente tentar satisfazer essa ansiedade e desejo.

201.5.1.9 - FATORES:
Dois fatores agem em conjunto na técnica do Jejum. Matar a fome é uma ordem, uma sugestão de uma necessidade. Já que o corpo humano inanimado não o faz, o PSICOSSOMA fará.
201.5.1.10 - Bibliografia:
Carrington, Andréas, Black, Brennan, Vieira, Ferguson, Muldoon, Watson