sexta-feira, 16 de março de 2018

Concentração e Meditação

Para nós, ocidentais, meditar significa refletir a respeito de alguma coisa. No oriente, meditar é algo bem diferente. É entrar num estado de consciência onde se torna mais fácil compreender a si mesmo. Nisargadatta Maharaj, um mestre indiano, nos explica com simplicidade no seu livro I am That:
"Nós conhecemos o mundo exterior de sensações e ações mas, do nosso mundo interior de pensamentos e sentimentos, nós conhecemos muito pouco. O objetivo primário da meditação é que nos tornemos conscientes e que nos familiarizemos com a nossa vida interior. O objetivo final é alcançar a fonte da vida e da consciência."

Exercício simples para começar a Meditar:
  • Um dos exercícios mais simples é observar a respiração. Sinta o ar entrando e saíndo pelas narinas. Acompanhe seu caminho por todo o corpo. Repare nos movimentos da barriga, do peito. Veja se há movimentos ou sensações na pelve, pernas, cabeça, etc. Esteja com o ar o tempo todo.
  • Quando estiver em contato com a natureza, sente-se diante de uma paisagem e observe-a. Ouça os sons, veja as cores, sinta os aromas mas não fique dando nome às coisas ou analisando-as: "esse cheiro deve ser daquela flor", "como é bonita a forma daquela montanha", "o som desses passarinhos me deixa tão relaxado...". Apenas ouça, veja e sinta sem criar frases na sua mente, sem ficar tagarelando internamente.
  • Sente-se diante de uma janela e deixe que a claridade invada seu corpo. Sinta a luz penetrando pelo alto de sua cabeça e fluíndo por todo o corpo. Mantenha sua atenção nesse fluxo.

DICAS PARA MEDITAÇÃO:
  • Escolha um lugar sereno onde você possa sentar-se de maneira confortável e com a coluna ereta. Pode ser numa cadeira ou no chão com as pernas cruzadas. Sentar-se sobre uma pequena almofada ajuda a manter as costas eretas. Use roupas que não apertem nem incomodem.
  • Acender um incenso ou colocar uma música bem suave pode ajudar a criar um clima de tranqüilidade no início. Depois de algum tempo, pode ser que você prefira dispensá-los.
  • Evite meditar quando estiver com sono ou muito cansado. Você se sentirá frustrado por não conseguir se concentrar e desanimará de sua prática diária. Um bom horário para meditar é pela manhã, quando estamos mais tranqüilos e descansados. Porém, isso também é individualizável. Se você sentir que consegue melhores resultados à noite, escolha esse horário.
  • Comece com dez minutos diários. Coloque um relógio para despertar após esse tempo, assim sua mente não poderá sabotá-lo fazendo-o acreditar que já se passaram muito mais que dez minutos.
  • Não se mova durante esse tempo. O corpo é como um pote e a mente é a água dentro dele. Mover o recipiente faz com que a água também se mova e, lembre-se, o que você quer é que sua mente permaneça quieta e imóvel.
  • A atenção deve estar voltada para o objeto da meditação (a respiração, um símbolo, etc.) sem que isso necessite de grandes esforços. Caso você disperse, reconduza sua atenção suavemente ao objeto escolhido.
  • Qualquer coisa que aconteça estará bem. Se houver um monte de pensamentos desfilando pela sua cabeça, se você tiver vontade de chorar ou de rir, se você achar que nunca vai conseguir se concentrar, tudo bem. Apenas continue sentado e, sempre que possível, volte a sua atenção para o objeto sobre o qual está meditando.
Existe uma disciplina espiritual dentro do yoga, chamada de Mauna (ou Mowna), que ensina justamente o jejum de palavras ou o voto de silêncio a praticantes.
A respeito da tagarelice, Sivananda comenta:

“Um dos hábitos maus que diminuem o poder espiritual é o de falar demais. Se um homem fala demais ele sofre de soltura da língua. Pessoas silenciosas não conseguem sentar-se nem mesmo por um segundo com essas pessoas tagarelas ou prolixas. Elas falarão quinhentas palavras por segundo. Há um dínamo elétrico da fala em suas línguas..."

Ouvir música baixo.Conversar baixo, sobretudo ao celular. Isso realmente nos acalma, experimente.
“Falar demais ocasiona grande perda de energia."
"Concentração é a interiorização para reduzir o campo de atividade da mente inferior e fixá-la num ponto interno, fechando o foco de nossa atenção. É o processo de tornar a mente branca.
Meditação, ao contrário, é a ampliação exterior do pensamento até diluir-se no inconsciente. Restabelecendo o ritmo de nosso ser, acalmamos as emoções e permitimos que a Luz desça para nossa consciência." - ( Zauri Alkalar)

"A habilidade de concentrar a mente é essencial ao progresso espiritual porque capacita a pessoa a adquirir domínio sobre o corpo de desejos e, finalmente, a entrar em contato consciente com os mundos invisíveis. Para aprender a arte da concentração, precisamos fixar nossa atenção em um foco e manter nosso pensamento sobre esse único objeto ou condição. Precisamos entender que o pensamento força é nosso poder principal e devemos aprender a ter controle sobre ele. Isto não é fácil de ser conseguido, mas uma tentativa neste sentido deve ser feita e será valiosa para nós. É imperativo que tenhamos o controle de nossos pensamentos pois, se não o conseguirmos, esse poder fluirá sem objetivo, nada realizando. Quando aprendermos a focalizar uma só coisa, excluindo todas as outras, tornamo-nos capazes de aumentar nosso poder de pensamento e nossa capacidade de usá-lo eficazmente. Obteremos, então, qualidade e diminuiremos a quantidade dispersiva.
Durante a concentração, os sentidos do homem estão inativos, como se estivessem no mais profundo sono, mas, ao mesmo tempo, o Espírito permanece dentro do corpo com total controle de todas as suas faculdades. O aspirante aprende a absorver-se, à sua vontade, em qualquer assunto. A concentração intensa constrói uma forma de pensamento vivente, uma imagem clara e verdadeira. Na meditação aprendemos muito sobre esta forma de pensamento, o exercício capacita-nos a relacionar-nos com esse mundo superior. Na concentração aplicamos toda nossa atenção sobre um assunto ou idéia. Na meditação juntamos todo conhecimento possível sobre este determinado assunto. A mente pondera e sonda, acrescentando sempre um pouco mais de informação e, como resultado, adquirimos um novo significado sobre esse objetivo ou idéia."
 (Manifesto copiado da Fraternidade Rosacruz)
206.2.1 - Outras Conceituações:

206.2.1.1 - REFLEXÃO:
Segundo Gil Restani Andrade, a reflexão caracteriza-se pelo direcionamento do pensamento ao nosso próprio interior, fazendo uma análise consciencial retrospectiva de atos realizados em nosso meio existencial. São caracterizadas por aquelas pessoas metódicas, calculistas, reflexivas, sistemática e que estudam e projetam seus atos. Daí o termo usado: "Ele age com a razão e não com o coração."

206.2.1.2 - CONCENTRAÇÃO:
Ainda Gil Restani Andrade, afirma que a concentração, caracteriza-se pela centralização da mente  em "clichês mentais", ou "formas pensamento", bem definidas,com exclusividade.
A concentração pode ser individual, isolada ou grupal (coletiva). Pode ser positiva ou negativa.
Escolhe-se um objeto, paisagem ou mensagem, retira-se da consciência todo e qualquer estímulo externo. Manter fixado, firmemente objeto, buscar a visualização do objeto.    
206.2.1.3 - MEDITAÇÃO:
Gil finaliza falando que a meditação é exatamente a extensão da concentração; seu alcance é conquistado,à medida que a criatura consiga  concentrar-se com maior eficácia. Meditar é colocar-nos em contato com as forças internas, caracteriza-se por uma atitude quieta, atenta expectante; não intensa, mas calma, mas dando atenção às idéias que apresentam. Há um contato sutil e agradável com as correntes superiores dos planos superiores. 

206.2.1.4 - CONTEMPLAÇÃO:
A contemplação é a mais alta expressão de vida intelectual e espiritual do homem. É a própria vida do intelecto e do espírito, plenamente despertada, plenamente ativa, plenamente consciente de que está viva. É um espanto espiritual, uma admiração. Um temor espontâneo, reverencial, diante do caráter sagrado da vida, do ser. É gratidão pelo Dom da vida, pela consciência despertada, pelo ser. É a consciência viva do fato de que, em nós, a vida e o ser procedem de uma Fonte invisível, transcendente e infinitamente abundante.

A contemplação é, acima de tudo, a consciência da realidade dessa Fonte. Ela conhece a Fonte, obscuramente, de modo inexplicável, mas com uma certeza que vai além, tanto da razão como da simples fé. Pois a contemplação é uma espécie de visão espiritual a que, pela sua própria natureza, tanto a razão como a fé aspiram, porque sem ela permanecem forçosamente incompletas. A contemplação, entretanto, não é a visão, pois vê sem ver" e conhece "sem conhecer". É fé em maior profundidade, conhecimento demasiadamente penetrante para poder ser apreendido em imagens, palavras ou mesmo conceitos claros. Pode ser sugerida por palavras, por símbolos, mas, no próprio momento em que procura indicar o que conhece, o espírito contemplativo retira o que disse e nega o que afirmou. Pois na contemplação conhecemos "não conhecendo". Ou, melhor, conhecemos além de todo conhecer ou "não conhecer.
 
São conhecidos quatro estados conscienciais designados por níveis: Beta, Alpha, Teta e Delta.
Ondas Beta: São as ondas cerebrais mais rápidas, podem varias em freqüência de 14 ciclos por segundos (14 Hertz) até pouco mais de 100Hz. Quando estamos acordados, em um estado normal, concentrados em nossas tarefas cotidianas ou problemas concretos e específicos, as ondas Beta (entre 14 e 40Hz) são as mais dominantes e fortes em nosso cérebro. Ondas Beta são associadas com estados de Alerta, cognição e em níveis excessivos, são associadas com a Ansiedade.
Ondas Alpha: Quando fechamos nossos olhos e ficamos mais relaxados, em paz, desconcentrados, as atividades cerebrais diminuem, então produzimos pulsos de ondas Alpha na faixa de freqüência de 8 a 13Hz. Se ficarmos mais relaxados, e mentalmente desconcentrados, as ondas Alpha serão as dominantes em todo o cérebro, produzindo uma calma e uma sensação prazerosa denominada de estado Alpha. O estado Alpha é um estado neutro do cérebro. Hipnagogia, sintomas pré-projetivos, viagens astrais.

Ondas Theta: Quando o relaxamento vai aprofundando-se, o cérebro passa para um estágio mais lento, com a presença mais ritmada das ondas Theta, com faixa de freqüência entre 4 e 8 Hz. O estágio Theta, também é conhecido e chamado como Estágio de transe, entre o acordado e o dormindo. Este estágio é normalmente acompanhado de imagens mentais inesperadas, comumente acompanhadas de memórias vivas e claras da infância. O estágio Theta oferece acesso a materiais do inconsciente, a associações de idéias e idéias criativas. É um estágio misterioso e elucidativo. Muitas pessoas tendem a dormir logo após gerarem grande quantidade de atividade Theta. Viagens astrais conscientes.
Ondas Delta: Quando dormimos, as ondas cerebrais dominantes são as Delta, que são mais lentas que as Theta, com faixa de freqüência abaixo dos 4Hz. Quando a maioria de nós entra em um estágio Delta, dormimos e temos perda total da consciência.

A pesquisa tornou em evidência quatro padrões bem definidos.
Na década de 20, no século passado um neurologista alemão, chamado Hans Berger, descobriu que o nosso cérebro tinha freqüência diferenciadas. O primeiro padrão encontrado por ele o denominou de padrão alfa. Esse padrão se manifestava quando a pessoa ficava com os olhos fechados, desaparecia de imediato se a pessoa abrisse os olhos. A amplitude dessas ondas era em torno de milionésimo de volt. Chegando no máximo a 25 microvóltios.1 µV = 1 volt dividido em um milhão de partes. Naquela época só foi possível registrar essa variação tão pequena por meio de um amplificador de válvulas, como as usadas para transmitir os programas de rádio. As ondas desapareciam quando a pessoa abria os olhos porque mudava de padrão, ficavam mais rápidas e tinham menos amplitude ainda. Não chegavam nem a 5 µV.
Denominação
Freqüência
Correspondendo 
Beta
15 c/s e 40 c/s
Vigília acordado
Alfa (Alpha)
8 c/s e 14 c/s 
Relaxado      Meditação
Teta (Tetha)
3 c/s e 7 c/s 
Muito relaxado - Visualizando imagens
Delta
0,5 c/s e 2 c/s
Dormindo - Sono
 
Imagem e tabela do site: http://www.cepal.com.br/temas/ondas.htm

206.4 - Meditação Transcendental

Sexto Sentido nº 9
Marilia de Campos

Há 43 anos Maharishi Mahesh Yogi vem divulgando as técnicas da Meditação Tanscendental por todo o planeta, cativando discípulos e admiradores por onde passa. Essa forma simples e natural de meditação busca levar seus praticantes à experiência da felicidade Ea  níveis mais elevados de consciência.


    Maharishi Mahesh Yogi teve seu aprendizado com o Mestre Guru Dev Swami Brahmananda Saraswati Maharaj Jagadguru, que foi Shankaracharya de Jyotir Math, no Norte da India. Jyotir Math é o principal dos quatro tronos de aprendizagem do conhecimento estabelecidos pelo sábio Shankara. Esse trono permanecia vazio há um século e meio, pois ninguém parecia apto a assumir aquela posição de guia espiritual do povo. Levou vinte anos para Guru Dev ser persuadido a deixar sua reclusão e aceitar a cadeira de Shankaracharya. Isso aconteceu em 1941, quando ele já havia completado 72 anos de idade.
    Maharishi e seu mestre vêm de uma tradição cujas raízes remontam ao começo dos tempos e que incluem grandes mestres como Vasishtha e Vyasa, que experimentavam dentro de si mesmos os delicados impulsos do conhecimento puro, o Veda, que é a verdadeira base da vida. Após 13 anos de convívio com seu discípulo, Guru Dev deixou o mundo em 1953 e Maharishi recolheu-se às montanhas do Himalaia, numa área chamada Uttar Kashi, no Vale dos Santos. Lá, ele viveu por dois ou três anos.
    Passado esse tempo, Maharishi foi para o sul da Índia, onde conheceu um homem que, impressionado com seus conhecimentos, convenceu-o a fazer uma série de palestras públicas. Essas palestras tiveram grande impacto na vida das pessoas e outras mais foram acertadas. Com isso, Mahesh viajou por muitas regiões da Índia ensinando a prática que passou a ser denominada de Meditação Transcendental. Em 1958, o iogue participou de um congresso em Madras, freqüentado por grandes expoentes espirituais e, em 1959, começou seu primeiro tour mundial: Kuala Lampur, Singapura, Hong Kong e Havaí. Em abril de 1959, Maharishi finalmente chegou a São Francisco, Califórnia, e a Meditação Transcendental passou a ser ensinada para homens de negócio, profissionais e estudantes.

Técnica Simples
    Para difundir a Meditação Transcendental — uma técnica simples, fácil e natural, que qualquer pessoa pode praticar independente de seus conhecimentos, sexo, idade, religião, crenças, ou expectativas quanto ao resultado — Maharishi criou um curso de seis dias, com uma estrutura de sete passos. O termo técnica serve para indicar uma tecnologia que permite um mergulho rápido e direto nos níveis mais refinados da mente e do corpo, levando o indivíduo a experiências profundas — um estado denominado de repouso em alerta. Isso significa que nosso corpo experimenta, em alerta mental, um descanso duas vezes maior do que o proporcionado pelo sono profundo. O consumo de oxigênio é reduzido, assim como os batimentos cardíacos. Estabelece-se então uma extrema coerência entre o padrão das ondas cerebrais nos hemisférios esquerdo e direito, bem como as ondas frontais e occipitais.
    A MT, como se tornou conhecida, não é uma técnica de concentração ou contemplação. Ela é fácil e natural porque usa a própria tendência da mente em buscar níveis de maior felicidade e encantamento. Para difundir esse conhecimento de modo planejado nasceu o Movimento de Regeneração Espiritual (SRM – Spiritual Regeneration Movement), uma organização dedicada ao custeio das viagens e ensinamentos de Maharishi.
    Em 1971, Maharishi fundou a MIU (Maharishi International University) no estado de Iowa, Estados Unidos, que no ano de 1995 passou a se chamar MUM (Maharishi University of Management ou Universidade de Administração Maharishi). Durante esses anos, a MUM tem sido um exemplo de ensino, pois trata-se de uma universidade curricular normal, reconhecida pelo governo, que abriga estudantes do mundo inteiro e permite a experiência de um dos maiores resultados da MT, que é a melhoria do meio-ambiente pelo aumento da coerência. Lá, todas as pessoas praticam a meditação. O ensino experimentado na MUM não tem precedentes nos currículos de qualquer outra universidade, pois preserva e prepara o aluno para a aprendizagem, permitindo que através da MT ele conheça a si mesmo enquanto recebe informação.
    Em 1967, ao viajar pelo mundo, Maharishi teve o primeiro contato com pessoas que, além do desejo de aprender, eram famosas e influenciavam multidões com seu carisma. Na Inglaterra, ele teve contato com os Beatles, Eric Clapton e os americanos Beach Boys, influenciando suas composições na época. Os Beatles aprenderam MT e viajaram com Maharishi à Índia, onde ele passou a ser considerado o guru da banda. Ainda recentemente, Paul McCartney esteve com o mestre indiano na sede internacional de sua organização, em Vlodrop, Holanda.

Meditação Científica

    A proposta da Meditação Transcendental é devolver ao ser humano sua condição plena de desfrutar todo o potencial que carrega dentro de si, mas que é muito pouco usado. Com isso, a pessoa passa a experimentar ondas de felicidade e plenitude, contribuindo para a criação de um meio-ambiente cada vez mais coerente, avivando as leis da natureza expressas todo o tempo — aquilo que o conhecimento védico nos mostra que existiu na época de Ram Raj.
    Como a técnica da MT é única e absolutamente diferente em sua prática, não envolvendo qualquer tipo de crença, ela pode ser facilmente analisada sob a luz da ciência. Sendo Maharishi Mahesh Yogi um físico e matemático, formado pela Universidade de Alahabad, ficou mais curto o caminho entre a ciência e a comprovação dos resultados. As pesquisas sobre MT começaram na década de 70 e, até hoje, já foram realizadas mais de 600 experimentações.
    O Instituto do Coração Americano recomenda a prática pelos seus benefícios comprovados, como a redução do estresse e da sobrecarga do ritmo cardíaco. Essa pesquisa foi realizada pelo Dr. Keith Wallace, em 1970, e representou sua tese de doutorado na Universidade da Califórnia. Outra pesquisa muito importante mostra como 1% da população de uma comunidade, cidade, estado, país ou do mundo pode influenciar na qualidade de vida da coletividade.
    Hoje em dia, a MT é freqüentemente incluída em projetos que visam melhorar a educação, a saúde e o comportamento, sendo introduzida em prisões, empresas, indústrias e escritórios. Nos EUA e Europa existem programas para as empresas que desejam investir nos empregados, melhorando sua qualidade de vida, relacionamento e produtividade. Para que essa estrutura funcione adequadamente, a MT tem sido divulgada em mais de 140 países, onde existem sedes nacionais e locais. Cada instrutor credenciado por Maharishi pode ter uma sede e ensinar.
Parte da sustentação financeira do movimento vem dos cursos, basicamente da MT. Outra parte vem de doações do mundo inteiro, que ajudam a manuter dos projetos e a divulgar o conhecimento.

Sabedoria Védica
    A técnica da Meditação Transcendental vem do Veda (Conhecimento Puro), cognizado e vivido pelos rishis — sábios antigos que desfrutavam toda a plenitude do conhecimento na vida prática. Ao ser aceito como discípulo de Guru Dev, Maharishi tornou-se o guardião desse conhecimento e técnica que formam a base prática da ciência védica, formada por um conglomerado de conhecimentos em várias áreas: o ayurveda, o jyotishi, o gandharva-veda, o stapathya e toda a literatura e tradição oral.
    O termo ayurveda é formado pelas palavras ayur, que significa vida, e veda, que significa conhecimento. O Maharishi Ayurveda tem proporcionado cursos de formação para médicos de pelo menos trinta países. Maharishi tem restaurado a ciência da saúde da Índia clássica, colocando-a como o sistema mais eficaz de prevenção contra doenças. É uma medicina diferente da medicina alopatia, homeopatia, terapias chinesas, etc., trazendo um refinamento da consciência enquanto equilibra o corpo físico. O ayurveda leva em consideração todos os aspectos da vida, desde sua fonte no campo unificado — a consciência pura — até seus diferentes níveis de expressão, como mente, corpo, comportamento e meio-ambiente. O conceito-chave é o equilíbrio.
    Jyotish é a ciência da transformação e a tecnologia da previsão — a astrologia védica. O Jyotish Maharishi, uma das 40 disciplinas da ciência védica, é matematicamente preciso e contém o conhecimento dos ciclos do tempo que promovem todas as transformações. Explica como as leis da natureza são responsáveis por todas as mudanças e desenvolvimentos na vida, e como a existência se desdobra desde o nascimento.
Gandharva-Veda é uma disciplina da ciência védica de Maharishi para criar equilíbrio na natureza, eliminando estresse na atmosfera e produzindo uma influência saudável para a paz individual, da família e das nações. É a música clássica da antiga civilização védica, que está em aliança com a lei natural. Ela mantém os ritmos naturais que prevalecem em diferente horas do dia e da noite. A música do gandharva é aquela de onde todas as outras partiram, a melodia da natureza que está sempre avivada na consciência transcendental. De lá, reverbera e constrói diferentes níveis da criação. É a base de toda a ordem e harmonia na natureza.
    O Sthapatya Veda Maharishi é o sistema mais antigo e supremo para planejar países, cidades, municípios, prédios e casas de acordo com a lei natural, conectando a vida e a inteligência individual com a cósmica. Estudos científicos demonstram que os neurônios em nosso cérebro atuam de maneira diferente, dependendo da direção para a qual estamos olhando. Existem também os chamados neurônios de localização (place neurons), que assinalam a orientação do corpo em um ambiente. Nesse sentido, a direção em que olhamos influencia o funcionamento de nosso corpo e cérebro. O conhecimento milenar da Arquitetura Sthapatya Veda Maharishi é ainda mais profundo e completo, pois descreve como nossa orientação espacial influencia a mente e o corpo. Se moramos ou trabalhamos em prédios sem orientação e proporções apropriadas, os neurônios atuam de maneira errada. Isso pode contribuir para criar ansiedade, doenças, problemas na vida familiar ou profissional e comportamento anti-social.
    Em poucas palavras, a missão de Maharishi é promover uma harmonização completa do ser humano, para que este, sadio, possa contribuir para o bem-estar de toda a coletividade.


Arquitetura Planejada    O Staphatya Veda Maharishi constata claramente que nosso cérebro funciona muito melhor se nossa casa estiver orientada para o leste. O princípio básico de que indivíduos desfrutando mais do seu potencial podem influenciar a coletividade de forma muito mais positiva está presente no projeto do Maharishi São Paulo Tower — uma obra gigantesca com o intuito de amenizar as dificuldades que temos com relação ao nosso meio-ambiente.
    O Maharishi Global Development Fund e empresas a ele relacionadas têm realizado empreendimentos imobiliários há cerca de 40 anos em mais de 15 países, como Estados Unidos, Holanda, Japão, Índia e Canadá, sempre visando melhorar a qualidade de vida de seus usuários.
    Algumas das obras mais recentes incluem um projeto habitacional de 2.800 hectares na Carolina do Norte, EUA, e o desenvolvimento de cerca de 200 escolas para mais de 70 mil estudantes, na Índia. No momento, o edifício Maharishi São Paulo Tower aguarda tramitação de um projeto-de-lei, na Câmara dos Vereadores, para a desapropriação do local em que será erguido.
    O prédio terá 510 metros de altura e 108 andares, com mais de um milhão de metros quadrados de área útil construída. Depois de pronto, ele será o edifício mais alto do mundo e terá como objetivo gerar conforto ambiental — como ocupará apenas uma pequena parte do terreno, a nova área verde trará à região central da cidade um grande conforto ambiental, com redução da poluição, diminuição de temperaturas e maior permeabilidade do solo, facilitando o escoamento das águas pluviais na região. A presença do Maharishi São Paulo Tower também irá gerar milhares de empregos diretos e indiretos, e diminuirá o volume de veículos pesados transitando pelo centro.


206.5 - Técnicas de Concentração e Meditação:
206.6 - Perigos da Meditação: 

Ana Eugenio escreve "Enquanto a quantidade de formas que podem fazer com que um meditador se desvie do caminho são muitas, as mencionadas abaixo merecem atenção especial devido à sua ocorrência frequente ...

Primeiro, um perigo que nunca é demais enfatizar é a falta da motivação correta para a prática de meditação. Ao descrever o Nobre Caminho Óctuplo, na sua secção de "sabedoria", imediatamente em seguida ao entendimento (inicialmente) intelectual correto, vem a motivação (ou intenção) correta, dessa forma enfatizando que as raízes emocionais por trás da prática do Caminho devem ser hábeis: aquelas conectadas com a renúncia (ausência de cobiça), boa vontade (ausência de raiva) e não violência são mencionadas. Se alguém começar a praticar a meditação buddhista sem o entendimento correto relativo a dukkha e a sua cessação e sem a motivação correta, então a meditação estará sujeita a seguir por caminhos completamente errados.

Existem aqueles, por exemplo, que iniciaram a prática de meditação como forma de obter poderes, para que pudessem facilmente influenciar ou hipnotizar os discípulos. Outros a viram como uma maneira rápida de obter tanto discípulos como riquezas. A fama também pode ser um motivo torpe. Tudo isso tomado como motivação para a meditação, pode facilmente conduzir aquele que é descuidado à enfermidade e às vezes ao desequilíbrio mental. Não existe nada pior na meditação buddhista, onde a própria experiência pessoal é de suma importância, do que um discípulo cru que se apresenta como um mestre.

Isto obviamente conduz a um outro tipo de perigo — o orgulho, do qual existem várias formas. Uma delas é o orgulho da pessoa que viu manifestações de luz durante a meditação e supõe que esse seja um sinal que antecede a absorção mental. Depois existe o orgulho daquele que toca uma absorção mental apenas por um instante e como resultado assume que se tornou um dos Nobres e isso pode ser um poderoso fator para convencer a si mesmo e até mesmo aos outros. Pessoas comuns que se dedicam à meditação devem tomar cuidado com atitudes de exibição de virtudes superiores: "Eu faço o esforço, enquanto que você…" ou, "Eu medito todos os dias, enquanto que você…" O orgulho é um grande obstáculo a qualquer progresso e na medida que somente um Buddha ou Arahant está totalmente livre disso, cada um deveria ter a atenção plena para manter o orgulho sob controle.

Relacionado a isso, existe o perigo para aquela pessoa que sempre está à procura do chamado progresso. Ela está segura que está fazendo "progresso" porque na meditação ela vê luzes, ouve sons, ou sente sensações estranhas. Ela se torna cada vez mais fascinada por essas ocorrências à medida que o tempo passa e gradualmente se esquece de que começou com a aspiração de encontrar o caminho para a Iluminação. A sua "meditação" então degenera para visões e ocorrências estranhas, conduzindo-a para as esferas do ocultismo e da magia. Não existe maneira mais segura do que esta para um meditador ficar confuso. A despeito de tais manifestações poderem ser fascinantes, elas devem ser eliminadas com vigor lançando-se mão da atenção plena, nunca permitindo que o pensamento discursivo a seu respeito surja e assim evitando essas distrações.

Entre as "visões" que podem ser vistas, quer sejam internas (produzidas pela própria mente) ou externas (produzidas por outros seres), alguns meditadores podem ter uma experiência atemorizante, tal como uma visão do próprio corpo reduzido a ossos ou inchado como um cadáver em decomposição. Se ocorrer uma experiência dessas, ou outras semelhantes, a pessoa deve arrancar a mente da visão imediatamente, na hipótese de que ela não possua um mestre. Visões atemorizantes que algumas pessoa experimentam podem ser muito úteis se utilizadas da forma correta, mas sem a orientação de um mestre elas devem ser evitadas.

Um outro perigo é tentar meditar enquanto a pessoa ainda está insegura emocionalmente, desequilibrada ou imatura. Compreender o valor de ações meritórias ou habilidosas pode ser muito útil nesses casos. Como o mérito purifica a mente, é uma base excelente para o desenvolvimento da mente e, ambos, a facilidade com que as absorções são alcançadas e a facilidade com que o “insight” surge estão até certo ponto na dependência do mérito. Ações meritórias não são difíceis de serem encontradas na vida. Elas são o núcleo da boa vida buddhista: donativos e generosidade, seguir os preceitos, ajudar e prestar serviços aos outros, reverência, ouvir o Dhamma de todo coração, fazer com que o entendimento do Dhamma seja correto, todas essas e muitas outras são ações meritórias que trazem a felicidade e maturidade emocional. O Mérito, a pessoa deve se lembrar sempre, abre portas em todos os lugares. Cria possibilidades, gera oportunidades. Ter uma mente que está todo o tempo focada em realizar mérito é ter uma mente que poderá ser treinada no desenvolvimento das absorções e do “insight”.

Obviamente que tentar praticar a meditação e ao mesmo tempo continuar mantendo os antigos desejos, gostos e desgostos, é, no mínimo, dificultar o caminho, se não torná-lo perigoso. A meditação implica renúncia, e nenhuma prática terá êxito a não ser que a pessoa esteja, no mínimo, preparada para fazer esforços para refrear a cobiça e a raiva, controlar a luxúria e entender quando a delusão estiver obscurecendo o coração. Até que ponto a renúncia é adaptada e se isso envolve mudanças externas (tal como tornar-se um monge ou monja), depende muito da pessoa e das suas circunstâncias, mas uma coisa é certa: a renúncia interna, caracterizada pela atitude de desistência em relação aos eventos mentais inábeis e prejudiciais e à indulgência corporal, são absolutamente essenciais.

Com frequência, conectado aos perigos acima, existe um outro que é encontrado quando uma pessoa, repentinamente, tem uma oportunidade para se dedicar a um período mais longo de meditação. Ela se senta com uma firme resolução, "Agora irei meditar", e apesar da sua energia nunca ter estado tão boa e apesar de ela sentar e sentar, caminhar e caminhar, ainda assim a sua mente continua perturbada e sem paz. Pode muito bem ser que o seu intenso esforço tenha muito a ver com as suas distrações. Além disso, ela tem que aprender que é necessário meditar conhecendo as limitações do seu caráter. Da mesma forma como um trabalhador conhece os limites da sua força e toma cuidado para não se exaurir, o mesmo cuidado possui o meditador habilidoso. Através da atenção plena a pessoa deve saber quais são os extremos da preguiça e do esforço que devem ser evitados.

É provocando tensão ou forçando a prática da meditação que muitos estados emocionais perturbados surgem. Explosões repentinas de raiva intensa por questões insignificantes, desejos e luxúria intensos, delusões estranhas e fantasias ainda mais peculiares podem ser produzidas pela prática árdua sem inteligência.

Com todos esses perigos, o que mais se necessita é um mestre para dar conselhos, de forma que essas e outras direções erradas sejam evitadas e a pessoa se mantenha no caminho para Nibbana. Aqueles que não possuem um mestre deveriam prosseguir com o máximo de cautela, assegurando que o desenvolvimento da atenção plena seja realmente muito bom. Se tiverem atenção plena e virem que apesar dos seus esforços, a sua prática de meditação não está produzindo nenhuma diferença efetiva nas suas vidas em termos de uma maior paz interior, ou externamente em relação aos outros, então é evidente que algo está errado. A meditação pode ser deixada de lado durante algum tempo enquanto se faz um esforço para contactar uma fonte de informação genuína, de preferência um mestre de meditação, enquanto isso, deve-se atentar para problemas morais não resolvidos, pois até que eles sejam solucionados não permitirão que a mente se desenvolva; e fazer um grande esforço para viver de acordo com os padrões buddhistas. Quando assuntos tão básicos desse tipo são negligenciados, a pessoa não pode esperar realizar muito progresso na prática do Caminho do Meio.

Fonte: http://www.universodeluz.net/modules.php?name=News&file=article&sid=263