terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Olubajé

Olubajé

Olubajé do candomblé.
Olugbajé é a festa anual em homenagem a Obaluayê, onde as comidas são servidas na folha de mamona. Rememorando um itan (mito) onde todos os Orixás para se acertarem com Obaluaiyê, por motivos de ter sido chacoteado numa festividade feita por Xangô por sua maneira de dançar.[1]
Nessa festividade, todos os Orixás participam (com exceção de Xangô), principalmente OsanyinOxumarêNanã e Yewá, que são de sua família. Oyá tem papel importante por ser ela que ajuda no ritual de limpeza e trazer para o barracão de festas a esteira, sobre a qual serão colocadas as comidas.
Olubajé é ritual especifico para o orixá Obaluayê, indispensável nos terreiros de candomblé, no sentido de prolongar a vida e trazer saúde a todos os filhos e participantes do axé. No encerramento deste rito é oferecido no mínimo nove iguarias da culinária afro-brasileira chamada de comida ritual pertinente a vários Orixás, simbolizando a Vida, sobre uma folha chamada "Ewe Ilará" conhecida popularmente como mamona assassina, "altamente venenosa" simbolizando a Morte (iku).[2][3]
Comidas do Olubaje candomblé.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • PESSOA DE BARROS, J. F. - O Banquete do Rei... Olubajé. Uma introdução à música sacra afro-brasileira. Rio de Janeiro: UERJ/INTERCON, 1999.

Referências

Zorra (candomblé)

Zorra (candomblé)

Zorra, também chamado de  pelos frequentadores do Candomblé, é preparado com raízesfolhas e muitos ingredientes próprios para feitiço.[1]
A receita só era conhecida pelos mais velhos, não ensinavam para ninguém, e muitos babalorixás ficaram famosos por serem Bom no Pó ou Bom de PóPai Vavá de Bessém era um deles, muito amigo de Pai Nézinho de MuritibaPai Manuel Rufino do Beiru e outros. Eram muito temidos no círculo do Candomblé; quando chegavam numa festa de candomblé sem serem convidados, o dono da casa já ficava preocupado se sua casa seria queimada (com a zorra) ou não, eram tratados como reis, pois caso se ofendessem com alguma coisa queimavam a casa. A palavra queimar aqui, não tem o sentido de queimar com fogo, mas de danificar o axé da casa com os elementos contidos no tal Pó.
Se o dono da casa não tivesse muito conhecimento, poderia ter brigas e até o fechamento da casa. Muitas vezes faziam isso por pura maldade, brincadeira ou para testar o dono da casa, para saber se estava preparado para se defender e manter sua casa aberta. A eficiência era tão grande que o efeito era imediato, e a quantidade usada era mínima, carregada embaixo da unha. Os antigos contam que muitos terreiros fecharam depois de terem sido queimados com Zorra.[2]
Atualmente são vendidos em casas de ervas vários tipos de pó [3]para diversas finalidades, tanto para o bem como para o mal.

Referências

  1.  "A Gnose Afro-Americana E O Candomblé Gnóstico" uma visão moderna dos Cultos-Afro e de suas potencialidades mágicas por J. R. R. Abrahão
  2.  Candombl - Introdução a Cultura Jeje Mahi, Léo Vicente Dos Santos
  3.  Lista de Pó[ligação inativa]

Otá

Otá

Otá, seixo de rio
Otá[1], okutá ou okuta no candomblé e em outras religiões afro-brasileiras afins, é uma pedra-fetiche. Podendo ser (seixo de rio), ou de outra parte da natureza, sobre a qual o axé (a "força sagrada") de um orixá é fixado por meio de ritos consagratórios, que constitui seu símbolo principal, encontrado em todos igba orixá.
Guardam-se o otá no peji "altar sagrado" da casa de candomblé, geralmente dentro de vasilha tampada ou em um alguidá , por vezes vestida com os trajes cerimoniais do orixá, mergulhadas em melazeite doceOri (manteiga)dendê, junto com outros fetiches. Também é chamada de itá e otá-do-santo. Um termo muito comum na casa de santo diz que sem pedra "ota" não há orixá, (Kosi Okuta kosi orixá).
Nota: A escolha de um Okuta (otá) para igba orixá depende muito do conhecimento de um sacerdote, devendo ser selecionada por um babalorixá ou iyalorixá e consagrada imediatamente por um Ojugbó.

Referências

Palha-da-costa

Palha-da-costa

Palha da costa, ikoIgí-Ògòròraphia vinifera.
Palha da costa[1] é a fibra de ráfia conhecida como ìko pelo povo do santo. É extraída de uma palmeira chamada Igí-Ògòrò pelo povo africano e que, no Brasil, recebe o nome de jupati, cujo nome científico é Raphia vinifera.
No candomblé, representa a eternidade e transcendência, como prova da imortalidade e reencarnação, sendo utilizado na confecção das roupas dos orixás, em especial Obaluayê e Omolu (Sakpata). Seu uso é indispensável na iniciação (feitura de santo) no sentido de proteger a vulnerabilidade dos neófitos.

Outras finalidades[editar | editar código-fonte]

Esta mesma palha trançada com espessura de um dedo mindinho e comprimento de um metro, chama-se Ikan, popularmente chamado de "contraegum" pelos leigos e até mesmo pelo povo de santo. Geralmente, é amarrado nos braços e cintura dos iniciados, com a finalidade de afastar as energias negativas e espíritos malévolos, impedindo a incorporação de eguns (espíritos de mortos).

Tipos[editar | editar código-fonte]

  • Umbigueira (recebe este nome quando é amarrado na cintura).
  • Mokan (recebe este nome quando é ornado com búzio da costa): é um colar de palha trançada que é usado no pescoço junto com o delogun e seu comprimento é até o umbigo.
  • Contraegum (recebe este nome quando é amarrado na dobra da parte inferior da junção entre braço e ombro).

Referências[editar | editar código-fonte]

  •  Academia Brasileira de Letras. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23. Acesso em 4 de março de 2015.
  • Òrìsà Kóri

    Òrìsà Kóri




    Na mudança para o novo mundo a Religião tradicional Yorùbá (candomblé) perdeu muito da sua essência por vários motivos que não vamos mencionar nesse texto.

    Nesse processo foi perdido o conhecimento sobre vários òrìsàs:

    Òrúnmìlá, Ina, Ònà, Bayani, Olósà, Òkè, Ợkợ.
    Ègbé Òrun, Òpá Osun, Edan, Àjé Saluga, Ìyá mi, Ìyá Mapo, Olugama, Ada, Obàlúfón, Olúfón, Obokún, Ajaká, Òrànmíyàn, Odùdúwà, Yèmowó, etc.
    Mas um deles no novo mundo com uma quase total falta de sentimentos fraternos está fazendo muita falta, ela se chama Kóri.

    Esse Orisa está ligado ao amor ao próximo e a preocupação com o nosso semelhante.
    Kóri é a expressão do amor por aquele com quem não temos parentesco.
    Conta a história que Kóri encontrou uma criança abandonada na floresta e criou como se fosse seu filho.
    Ela amou, educou e alimento um ser que foi abandonado.
    Kóri é feminino e aceita em seu Oṣé o mel, dendê, ekó, akara, alele, galinhas e cabras.
    Esse Òrìsà representa o amor materno e deixa claro que a mãe é a pessoa que cria com carinho o seu filho.
    Mãe é aquela que educa e participa da criação do jovem deixando em sua criação marcas de um amor incondicional.
    Esse texto é uma homenagem a todas as mães.
    É uma homenagem a todos os òrìsàs femininos, as nossas mães.
    É uma homenagem a mãe de todos aqueles que não tiveram o prazer de ter a mãe carnal ao seu lado, mas que foram abençoados pelos òrìsàs.
    Esse texto é uma homenagem a minha mãe que está sempre ao meu lado.
    Esse texto é uma homenagem a minha Ìyá Apetebi Ìyánífá Ifakemi, feliz dia das mães.








    Oríkì Òrìsà Kóri

    1-Kóri nrodo,
    2-Òòsà ewe nrodo
    3-Kóri o má je k’omo wá ò kú o!
    4-Òrìsà èwe, má je kí
    5-Orí wá, ò kú o!
    6-Olú-òrún o, má pá wa lekun o
    7-Òrìsà èwe, má pá wa lekun o

    Tradução:

    1-Kori a protetora!
    2-Orixá que protege os jovens!
    3-Kori que as crianças venham e não morram!
    4-Orixá dos jovens, não há outro!
    5-Cabeça venha, e não morra!
    6-Senhora do céu, não mate nosso leopardo
    7-Orixá dos jovens, não mate nosso leopa

    Texto: Oluwo Ifagbaiyin

    Obì, conversando com Ifá e orixa

    Obì, conversando com Ifá e orixa

    O Obì também serve como Oráculo e ele não têm só cinco caídas, existem mais informações do que aquelas até hoje divulgadas. Poucos sabem que no Obì existem partes masculinas e partes femininas e que podemos consultar com um e dois Obì ao mesmo tempo.


    Consultando com um Obì:


    - 1 masculino: boa saúde, poder masculino, também trás o insucesso, caída negativa.

    -1 Feminino: o poder das mulheres traz prosperidade, mas uma manifestação negativa feminina tem o poder de bloquear a prosperidade, caída negativa.

    - 1 masculino e 1 feminino: harmonia entre o sexo masculino e feminino, sucesso em qualquer negócio, ótima caída.

    -2 masculinos: determinação, manifestação negativa de disputas, conflitos, brigas, caída negativa.

    -2 femininos: paz, tranquilidade e relaxamento, preguiça leva ao fracasso, tomar cuidado.

     - 2 masculinos 1 feminino: sucesso após dificuldades, mas a falta de entendimento pode levar ao insucesso, cautela.

    - 2 femininos e 1 masculino: vitória e sucesso podem desaparecer fazer ebó para garantir o futuro.

    - Todos os quatro abertos: harmonia em todos os aspectos, uma vitória completa, as medidas devem ser tomadas para atingir o sucesso.

    - Todas as quatro partes estão fechadas obstáculos, quando questionado sobre inimigos vitória.

    Consultando com dois Obì:


    - 8 partes abertas, ogbe méjì, sucesso, felicidade e vida longa, agradar Orunmila.

    - 6 partes abertas, Ògúndá méjì, obstáculos e muito trabalho para alcançar o sucesso, agradar Ògún.

    - 4 partes abertas, Oyeku méjì, doença, dificuldade e até a morte, agradar Iya mi.

    - 3 parte abertas, ogbe yonu a pessoa está perdendo muito tempo, ela fala demais, agradar Orí.

    - 2 partes abertas, Òkànràn méjì, caminhos de sucesso com o apoio dos antepassados, o bom comportamento vai fazer a diferença, agradar egúngún.

    Obs: Nesse trabalho colocamos apenas algumas caídas da consulta com Obì, o nosso objetivo é informar que existe outras formas de consultar, mas a internet não é lugar de ensinar.

    Cada pessoa deve procurar informações com o sacerdote da casa que ela foi iniciado.

    Aluvaiá - Cantiga Candomblé Bantu

    Aluvaiá - Cantiga Candomblé Bantu

    Mavile, mavile, mavile mavambo
    Mavile, mavile, mavile mavambo
    E kompensu e, a rá rá
    E kompensu á.
    E mavile, e mavile, mavile maviletango
    Mavile, mavile maviletango
    E sissa, sissa é sissa lukaia
    Sissa, sissa é sissa lukaia
    Sissa eu ananguê

    Referências

    Irukerê

    Irukerê

    Eruquerê sendo portado por orixá
    Irukerêirukereerukereeruquerêeiru[1] e iruexim[2] são apetrechos da cultura afro-brasileira, inerentes ao orixás OyáIansã e Oxóssi, sendo utilizados também no ritual do axexê. Confeccionados com cauda de boi, de búfalo ou de cavalo, têm as finalidades de: afastar os espíritos para o seu espaço sagrado; eliminar as adversidades da comunidade; e de atrair a fartura e prosperidade. Na África, os babalaôs e nobres os usam como símbolos de status, utilizando-os também para espantar moscas.

    Etimologia[editar | editar código-fonte]

    "Eruquerê" e "eiru" são termos procedentes da língua iorubá.[3]

    Referências

    1.  FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 622.
    2.  Academia Brasileira de Letras. Disponível em http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=23. Acesso em 21 de maio de 2014.
    3.  FERREIRA, A. B. H. Novo dicionário da língua portuguesa. 2ª edição. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 1986. p. 622.

    Ixé

    Ixé

    Ixé[1], inché ou eran axé é o nome da comida ritual votiva, oferecida a todos orixás da cultura afro brasileira denominado de candomblé.[2]
    Este alimento ritual é um dos mais sagrados e importantes para o povo do santo. Preparado com "miúdos" entranhas e extremidades dos animais sacrificados nos rituais de oroeje, podendo ser cozidos ou não, a depender da vontade do orixá e temperado com cebola, sal e camarão seco ou com outros temperos como lelecun, bejerecum, aridanobi, atarê, orobô, etc., tudo consultado previamente no oraculo do merindilogun.

    Preceitos[editar | editar código-fonte]

    A complexidade desta comida ritual envolve os demais sacerdotes do candomblé, como babalorixá ou iyalorixáaxogunekedeoganiyamorôiyaefun, e principalmente a iyabassê que prepara este alimento indispensável na feitura de santo e construções de assentamentos de orixás.
    Ixé Pode ser conduzido por qualquer pessoa que possua Oye como babalorixá ou iyalorixáaxogunekedeoganiyamorôiyaefuniyabassêpeji com muito respeito e cânticos específicos por todos da comunidade e colocado em frente dos assentamentos e ali recitados versos do itan e feito vários orikis e adurá, podendo permanecer por um período de apenas três horas, três dias ou sete. Normalmente esta grande oferenda é repartida para todos os crentes no sentido de obter a força do sagrado e fortificar os laços familiar.

    Referências