segunda-feira, 30 de setembro de 2019

Terreiro do Alaketu


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Terreiro do AlaketuIlé Maroialaji AlaketuIlé Axé MariolajéIlê Maroiá Lájié, é um terreiro brasileiro de Candomblé. Está localizado à Rua Luiz Anselmo, bairro do Matatu em Salvador e foi fundado em 1636 por Maria do Rosário, Otampê Ojaro, descendente da Familia Real de Ketu.[1][2] Também conhecido como "Casa de Mãe Olga do Alaketu", a qual lidera o terreiro como ialorixá. É um dos terreiros mais antigos do Brasil, havendo relatos orais que apontem sua fundação no século XVII, e documentos formais de 1858.[3]
Foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), sob o processo n.º 1484=T-01, de 2005.[1]
O Alaketu é uma comunidade que a sucessão do sacerdócio se processa sempre dentro da línhagem de descendência direta de sua fundadora.
A quarta sacerdotisa a ocupar o trono desta casa dedicada a conservar a tradicão mais pura do candomblé foi a ialorixá Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi), conhecida internacionalmente por ter filhos de santo em outros países da América do Sul e na Europa.

História[editar | editar código-fonte]

As primeiras donas do Alaketu eram gémeas e foram capturadas na beira do rio de Minas Santé, que eram fundos do reinado do Ketu. Vieram para o Brasil não como escravas e ali foram criadas até a idade de dezesseis anos, quando voltaram para a África.
Casaram com 22 anos de idade e voltaram para o Brasil abrindo então o terreiro do Alaketu no dia 8 de Maio de 1616.
A dona do Alaketu, que fundou o terreiro, chamava-se Iyá Otampé Ojarô, e a irmã chamava-se Iyá Gogorisa. Sua filha chamou-se Iya Acobiodé. Esse é o primeiro nome que tem qualquer pessoa que seja a primeira filha de um reinado em Ketu.
Depois de Acobiodé vieram dois filhos homens de nome Babá Aboré e Bábá Olaxedom. Baba Aboré foi pai de Obá Oindá, que quer dizer “mulher de rei”, Todas as mulheres desta família tem nomes de Iyaba e os homens de Obas, pertencentes ao reinado de Ketu. Informação dada por D. Olga de Alaketu.[2]

Tradição[editar | editar código-fonte]

tradição oral da casa sugere sua fundação no fim do sec.XVIII. O documento oficial mais antigo ligado à casa é a escritura do terreno da roça extraída por ocasião do inventário do neto da fundadora da casa em 1867.
A tradição diz que o terreiro foi fundado por uma africana originária de ketu, no Daome, que veio para o Brasil com a idade de 9 anos, recebeu o nome de Maria do Rosário. Seu nome africano era Otampé Ojaro. A roça foi consagrada a Oxossi – um dos antigos e principais orixas de Ketu – e a casa de culto construída na roça foi dedicada a Osumare. iro Otampe Ojaro a fundadora e primeira mãe do Alaketu era filha de Osumare, orisa nago intimamente associado ao arco-íris.
Conta a tradição da casa que foi este orisa quem se apresentou no mercado de escravos “na figura de um senhor de posses, alto e simpático” e comprou Otampe Ojaro e sua irmã gémea que com ela viera, alforriando-se em seguida. Otampe Ojaro voltou mais tarde para África onde se casou com Baba Laji em nome de branco “Porfírio Regis”.
Voltou então Otampe Ojaro á Bahia onde comprou o terreno da roça – “por seis patacas” – e fundou o terreiro a que deu o nome de Ilé Maroialaji. A tradição da casa fala no rapto das duas irmãs “em um riacho perto de ketu” pelos daomeanos numa das suas incursões predatórias.
A genealogia de Olga Francisca Regis remonta a cinco gerações, e os claros na sua diagramação foram explicados por se referirem “a pessoas que não tiveram muita obrigação na casa”.
O nome Ojarô, uma abreviatura de Ojá Aro, é o nome de uma das cinco famílias reais conhecidas em Ketu e de onde ainda são escolhidos os Alaketu, num sistema rotativo.

Sacerdotes[editar | editar código-fonte]

Nome de sacerdotes e o período em que exerceu o cargo:
  • Otampê Ojá Arô e Babá Alaji - Porfírio Regis - Maria do Rosário (Otampê Ojaro)
  • Odé Akobi - João Regis - Chiquinha (Ode Acobi ou Acobiodé)
  • Babá Aboré - José Gonçalo Regis (Babá Boré) - Iyá Merenundé
  • Bira da Oxum, 1987
  • Etelvina Francisca Regis (Ogun Lonan)- iyá kèkèré do Alaketu
  • Dionísia Francisca Régis - João Nepomuceno - Maria Francisca (Makende) - Dionísia (Oba Dindá)
  • Olga de Alaketu, Olga Francisca Regis (Oyáfúnmi) - José Cupertino Barbosa - 2005
  • Jocelina Barbosa Bispo, mãe Jojó de Alaketu, 2005
  • José, Louriel, Gérson, Joselina, Joselita, Josenira, Genival e Jonilson

Terreiro do Gantois

Terreiro do Gantois
Nomes alternativosIlê Iyá Omin Axé Iyá Massê
ReligiãoCandomblé
WebsiteSite oficial
Geografia
PaísBrasil
CidadeSalvador
Coordenadas12° 59' 44.57" S 38° 30' 28.23" O
Sociedade São Jorge do GantoisTerreiro do Gantois ou Ilê Iyá Omin Axé Iyá Massê, é um terreiro de candomblé brasileiro em Salvador, especificamente no bairro da Federação. Foi tombado nacionalmente em 2002 pelo IPHAN, sob o processo n.º 1471-T-00, 2002.[1]
Essa é outra grande casa de candomblé Nagô (Aláketú), que também nasceu da Casa Branca do Engenho Velho, foi fundado por Maria Júlia da Conceição Nazaré em 1849. [2]
O nome Gantois (pronuncia-se gantoá) tem origem na cidade natal (GanteBélgica) do dono do terreno onde o templo religioso foi construído.
O que diferencia o Gantois de outros terreiros tradicionais da Bahia, como o Ilê Axé Opô AfonjáCasa Branca do Engenho VelhoTerreiro do Bogum e outros, é que a sucessão se dá pela linhagem e não através de escolha pelo jogo de búzios.
De acordo com o antropólogo Julio Braga: "Historicamente, o Gantois é um candomblé familiar de tradição hereditária consanguínea, em que os regentes são sempre do sexo feminino", em entrevista fornecida ao Correio da Bahia.[carece de fontes]

Sacerdotisas[editar | editar código-fonte]

As sacerdotisas que chefiaram o terreiro estão listadas abaixo com o período que exerceu o cargo entre parênteses.

Ilê Axé Ajagunã

Ilê Axé Ajagunã terreiro de Candomblé Ketu localizado na rua Jardim Diamante, lote 14, Areia Branca, Lauro de FreitasBahia. Foi fundado pelo babalorixá Aristide Oliveira Mascarenhas.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), em 21 de março de 2005[1]
No tombamento que foi feito na sede do terreiro, estavam presentes a superintendente de Cultura Sonia Bastos, representando o secretário da Cultura e Turismo, Paulo Gaudenzi, e Julio Braga, diretor geral do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).
Desde 1986 desenvolve inúmeros projetos sociais na fundação do Centro Comunitário Recreativo e Beneficente Ajagunã.
As atividades de cunho social do terreiro são realizadas em parceria com as três esferas governamentais e envolvem programas como o PETI – Programa de Erradicação do Trabalho Infantil e o FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador. Além disso, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, desenvolve programas de planejamento familiar com a comunidade local.

Ilê Axé Opó Afonjá

Ilê Axé Opó Afonjá
Tipoarquitetura religiosapatrimônio históricoterreiro de candomblé
Inauguração1910 (109 anos)
Área39 000 metros quadrados
Geografia
Coordenadas12° 59' 49.492" S 38° 29' 41.572" O
LocalizaçãoSalvador
PaísBrasil
Ilê Axé Opó Afonjá ("Casa sob o comando e o sustento do cajado de Afonjá") ou Centro Cruz Santa do Axé do Opó Afonjá é um terreiro de candomblé fundado por Eugênia Ana dos Santos e Tio Joaquim, Obá Sanyá[1], em 1910, na Rua Direta de São Gonçalo do Retiro, 557, no bairro do Cabula, em Salvador, na Bahia, no Brasil. O seu tombamento ocorreu em 28 de julho de 2000 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. O seu livro histórico possui inscrição 559. Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico. Inscrição 124, número do processo 1432-T-98.

História[editar | editar código-fonte]

A história do Terreiro do Axé Opô Afonjá (outros nomes: Terreiro de Candomblé do Axé Opô AfonjáIlê Axé Opô Afonjá) assim como a do Terreiro do Gantois, está intimamente vinculada ao Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho.
Segundo vários autores, este terreiro serviu de modelo para todos os outros, de todas as nações. Um grupo dissidente do Terreiro da Casa Branca, comandado por Eugênia Anna dos Santos, fundou, em 1910, numa roça adquirida no bairro de São Gonçalo do Retiro, o Terreiro Kêtu do Axé Opô Afonjá.
terreiro ocupa uma área de cerca de 39 000 metros quadrados. As edificações de uso religioso e habitacional do terreiro ocupam cerca de 1/3 do total do terreno, em sua parte mais alta e plana, sendo o restante ocupado pela área de vegetação densa que constitui, nos dias de hoje, o único espaço verde das redondezas.
Filhas de santo do Terreiro Ilê Axé Opô Afonjá
Por força da topografia do terreno, as edificações do Axé Opô Afonjá se distribuem mais ou menos linearmente, aproveitando as áreas mais planas da cumeada, tornando, no acesso principal, um "terreiro" aberto em torno do qual se destacam os edifícios do barracão, do templo principal - contendo os santuários de Oxalá e de Iemanjá -, da Casa de Xangô e da Escola Municipal Eugênia Anna dos Santos.
A organização espacial do Axé Opô Afonjá mantém as características básicas do modelo espacial típico dos terreiros jejês-nagôs. Esses mesmos elementos são também encontrados nos terreiros da Casa Branca e do Gantois, apenas com uma diferença: no Axé Opô Afonjá, o barracão é uma construção independente, ao passo que, nos dois outros terreiros, ele está incorporado ao templo principal.

Ilê Axé Opô Aganjú

Ilê Axé Opô Aganjúterreiro de Candomblé situado na rua Sakete 32 (nome dado em homenagem a uma cidade em Benin), Alto da Vila Praiana, foi fundado em Lauro de FreitasBA, no ano de 1966.[1][2]
Tombado pelo Instituto Patrimônio Artístico e Cultural IPAC Decreto 9495/05.[3]
É dirigido pelo babalorixá Balbino de Xangô, Obarayin[4]. Neto de escravos e filho do Alapini Pedro Daniel de Paula que tinha um terreiro em Ponta de Areia, na Ilha de Itaparica. Desde pequeno participava dos cultos a egungun, e na ocasião conheceu o antropólogo Pierre Verger que acompanhava Mãe Senhora em uma visita. Nasceu em família de santo, certa vez foi recolhido para ser iniciado por causa de problema de saúde, na casa do pai de santo Vidal de Oxaguian, no bairro da Federação, mas o Sr. Vidal morreu com uma semana que ele estava recolhido, voltou para casa sem ser iniciado.
Mais tarde foi iniciado no Ilê Axé Opô Afonjá em São Gonçalo do Retiro, por mãe Senhora Asipá, tornou ainda maior e honrada a família de Sàngó (Xangô) neste país, criando os Oyiè Mogbá ti Sángò, e onde conviveu com personalidades como Jorge Amado e o Ojú Obá Fatumbi Pierre Verger com quem foi várias vezes para Benin na África.
Pai Balbino de Aganjú vem contribuindo para o resgate da religiosidade dos cultos afrodescendente no Brasil[5], reconhecimento este marcado com o tombamento do axé pelo governador Paulo Souto, na pessoa do Mogbá Sàngó Julio Santana Braga, em 16 de dezembro de 2003 e Tombado pelo Instituto Patrimônio Artístico e Cultural IPAC Decreto 9495/05.
Acompanhado sempre pelo saudoso babakekerê Ailton Ti Odé, (Odéfaromi), mantém uma creche para 60 crianças de comunidades carentes de Lauro de Freitas.
Pai Balbino de Aganjú, tem seguimento de filhos de santo e netos no Estado do Rio de Janeiro.
Em Santa Cruz da Serra, tem a filha Omidarewá, na casa Ile Axé Atara Magba e o Ile de Oyá em Itaipú Niterói, que é de sua filha Diana de Oyá, seus netos e netas: Efunsholar (Babá Walter Ty Osoguyian) dirige o Ile Asè Babá Igbo no Pilar em Duque de Caxias; Odenibo que dirige o Ile axé Odé em Cabo Frio, Alexandre de Exu, em Niterói com o Ilú Axé Eleegbara Tolá, Bàbá Ògóbenga - "Ifadekó"Seu bisneto ,Baba Megide do Ogum dirige em São João de Meriti o "Ile Asè Akorominan".

Ilê Ogunjá

Ilê Ogunjá[1][2][3]- Casa de Candomblé localizada em SalvadorBahia, fundada pelo sacerdote Procópio Xavier de Souza, também conhecido como Procópio de Ogum, o local onde se encontra a casa no bairro Engenho Velho de Brotas a atual Avenida General Graça Lessa é conhecida pela população pelo nome de Avenida Vale do Ogunjá em sua homenagem e de seu Orixá a palavra original é Ogum Já uma qualidade de Ogum do Candomblé Ketu.
Durante o período do Estado Novo os terreiros de candomblé eram proibidos de tocar atabaques ou fazer qualquer tipo de festa. O Ilê Ogunjá foi invadido pela polícia, tinha a frente o delegado Pedrito Gordo que prendeu Procópio e todos que estavam em sua casa bem como atabaques e objetos de culto.
Em 17/08/1974 (Salvador/BA), foi fundada a Sociedade "Terreiro de Ogunjá". Sociedade Civil de caráter religioso e de pesquisa da religiosidade afro-brasileira, dando continuidade ao trabalho do fundador do Ilê Ogunjá. Sede: Fim de Linha, Luiz Anselmo no. 204 - Baixão - Matatu.
Em 2014, o Ilê de Ogunjá foi reaberto por Edna Souza, filha adotiva e herdeira universal do patrimônio de Procópio de Ogum.

Ilé Àsé Igba Onin Odé Akueran

Ilé Àsé Igba Onin Odé Akueran é uma casa de Candomblé localizada no bairro Alto Maracanã, em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Casa de raiz Jêjê-Nagô, com raízes no Terreiro do Bogum e no Terreiro do Gantois fundada em 1974.

História[editar | editar código-fonte]

José Francisco Pereira, ("Odé Otaioci"), conhecido também com Zé Francisco do Oxossi, é um babalorixá do Candomblé. Foi iniciado por Raimunda de Ogum, raspado na rua sete de setembro em Lagoinha - São Paulo, filho de Odé Sambo e Oiá Onira.
É neto de Vicente de Matatu (ketu), bisneto de Rerê Doné Romana de Possú (jeje) e tataraneto do Ventura de cachoeira, da nação nagô-vodum.
O primeiro barco tirado por Ode Otaioci foi em 1961, sendo feitos um xangô e uma oxum.
Em meados de 1974 desembarca em Curitiba disposto a plantar aqui uma semente da cultura Afro-Brasileira através da sua religião – o candomblé, planta os axés do Ilê Asé Igba Onin Ode Akueran - Casa do Pai Francisco, Casa de candomblé de raiz Jêjê-Nagô, com raízes no Bogum e no Gantois, na Rua Almirante Alexandrino, São José dos Pinhais, localidade conhecida como Boneca do Iguaçu, atual Jardim Santos Dumont, e inicia seus primeiros Iaôs no ano de 1975, tirando duas Iansã e uma oxum, de lá pra cá sua descendência já ultrapassa as 1500 pessoas estando em sua quarta geração entre filhos, netos e bisnetos de santo.
Em 1979 registra o estatuto de sua Casa de santo com o nome de “Casa do Pai Francisco” e estende sua ação religiosa para a área social. Mais tarde, em decorrência das ação sociais, surge o “Centro de Estudos e Pesquisas da Cultura Afro-Brasileira-CEPECAB”. Neste mesmo ano, recebeu o titulo de príncipe do candomblé no estado do Paraná, que foi comemorado com uma enorme festa religiosa.
Falece em 12 de maio de 2000, em São Paulo e a casa fica fechada durante 7 anos em ritual de axexê, durante este período a casa fica sob o comando da Ekeji de Odé, Iyá Tuty.
Em maio de 2007 os ritos de axexê são encerrados e casa reabre com a Festa de Odé, ocasião em que a Ekeji Tuty recebe o cargo de Iyalasé, como forma de restaurar a linha sucessória.
O Cargo de Iyálasé da casa foi entregue a Ekeji Tuty, pelos Orixás do Babakekere da Casa, João de Odé e pelo Baba Oju, Kafu Milodé. Atualmente a casa encontra-se em plena atividade sob a responsabilidade da Iyalasé Tuty da Oxum, cumprindo todos os ritos e obrigações, bem como a realização das festas públicas anuais. Exu em Fevereiro, Ogum em abril, Oxossi em junho, Olubajé em agosto, Iabás em dezembro e Oxalá em janeiro.
O Ilê Asé Igba Onin Odé Akueran foi umas das primeiras casas de candomblé de Curitiba, mais precisamente a terceira casa de candomblé a se instalar em Curitiba e responsável pela disseminação do culto no estado do Paraná e proximidades. Hoje grandes casas abertas na Capital e interior do Paraná, e até nos países do cone sul são descendentes diretas de Odé Otaioci.
Dentre os babalorixás e Iyalorixás filhos da casa podemos citar: Kafu Milodé, João Carlos de Odé, César de Iansã, Neuza de Iansã, Cida de Ogum, Dulce de Iemanjá, Rose de iemanjá, Togunsi do ogum, Marisa de iemanjá, Cida de Oyá, Iyá Quatesi, Talesi, Saulo de Iansã, Ofaneji, Pedro do Omolu, Iyá comendadora Carmen S. Prisco de Opará do Ile Iyálásé iyálòóde Osun Opará Oromilade, em Praia Grande, iniciada em São Paulo no terreiro do Jardim Presidente Dutra.
Hoje, 32 anos depois a Casa do Pai Francisco, através de Iyá Tutty, dá continuidade ao trabalho começado por ele, que por ser jornalista, em vários jornais de renome, usou de toda sua influência para preservar a cultura afro-brasileira, resgatar os valores humanos e trabalhar a igualdade social, através de suas ações religiosas e sociais.

Casa Branca do Engenho Velho

 da Casa Branca
(Ilê Axé Iyá Nassô Oká)
Vista interior do barracão
TipoTemplo
InauguraçãoNa Barroquinha: década de 1830[1][2]
No Engenho Velho: 1890[3]
PresidenteAltamira Cecília dos Santos[1]
ReligiãoCandomblé ketu
Regentes: XangôOxumObaluaê[1]
Património
Classificação nacionalIPHAN (1986)[4]
LocalSalvador, BA
 Brasil
terreiro da Casa Branca do Engenho Velho (em língua yorubaIlê Axé Iyá Nassô Oká), mantido pela Sociedade São Jorge do Engenho Velho, é um templo de candomblé do município de Salvador, no estado brasileiro da Bahia.[5]
Fundado na década de 1830, é o terreiro de culto afro-brasileiro mais antigo do qual se tem registros na capital baiana, e possivelmente o mais antigo em funcionamento no Brasil.[5][6] Constituído de uma área aproximada de 6.800 m², com as edificações, e áreas verdes, é o primeiro monumento da cultura negra considerado Patrimônio Histórico do Brasil, tombado pelo IPHAN em 1986.

Descrição[editar | editar código-fonte]

Símbolos de Xangô no telhado
Bandeira branca
Terreiro é de Oxossi e o Templo principal é de Xangô. O Barracão que tem o nome de Casa Branca, é uma edificação alongada com várias divisões internas que encerram residências das principais pessoas do Terreiro, como também espaços reservados aos quartos de Orixás, quarto de Axé, Salão onde se realizam as festas públicas, bem como a cozinha onde se preparam as comidas sagradas.[7] Uma bandeira branca hasteada no Terreiro indica o carater sagrado deste espaço. No telhado do Barracão, símbolos de Xangô identificam o Patrono do Templo.
O terreno fica situado numa encosta que se estende até uma cota de 30,00 m com declividade de 30%, no lado direito da atual avenida Vasco da Gama, no sentido de progressão para o Rio Vermelho, entre as Ladeiras Manoel do Bonfim e do Bogun, na Unidade Espacial C-5 em Salvador. Ocupa uma área de 6.000 m². Em redor do Barracão existem várias casas de Orixás.

História[editar | editar código-fonte]

Vista da encosta do terreiro, em foto antiga
No período da escravidão no Brasil,[8] os negros formavam suas comunidades nos engenhos de cana. Na Bahia, princesas, na condição de escravas, vindas de Oyo e Ketu, fundaram um centro num engenho de cana. Depois se agruparam num local denominado Barroquinha, onde fundaram uma comunidade de Nagô Ilè Asé Airá Intilè também conhecida como Candomblé da Barroquinha, que segundo historiadores, remonta mais ou menos 300 anos de existência, dentro do perímetro urbano de Salvador.[9]]
Sabe-se que esta comunidade fora fundada por três negras africanas cujos nomes são: Adetá ou Iyá Detá, Iyá Kalá, Iyá Nassô e os babalawos Assiká e Bangboshê Obitikô[10]. Não se tem certeza de quem plantou o Axé, porém o Engenho Velho se chama Ilé Iya Nassô Oká. Os africanos que se encontravam ali, lugar deserto naquela época, porém próximo ao Palácio de sua Real Majestade, tiveram receio da intervenção das autoridades no seu Culto, daí, Iyá Nassô resolveu arrendar terras do Engenho Velho do Rio Vermelho de Baixo, no trecho chamado Joaquim dos Couros, lugar onde se encontra até hoje, estabelecendo aí o primeiro Terreiro de Culto Africano na Bahia.
Iyá Nassô, sucedeu Iya Marcelina da Silva. Após a morte desta, duas das suas filhas, Maria Júlia da Conceição e Maria Júlia Figueiredo, disputaram a chefia do candomblé, cabendo à Maria Júlia Figueiredo que era a substituta legal (Iya Kekeré) tomar a posse de Mãe do Terreiro. Maria Júlia da Conceição afastou-se com as demais discidentes e fundaram outra Ilé Axé, o (Terreiro do Gantois).
Substituiu Maria Júlia Figueiredo na direção do Engenho Velho, a Mãe Sussu (Ursulina de Figueiredo). Com a sua morte nova divergência foi criada entre suas filhas, Sinhá Antonia, substituta legal de Sussu, por motivos superiores não podia tomar a chefia do Candomblé, em consequência o lugar de Mãe foi ocupado por Tia Massi (Maximiana Maria da Conceição).
Vencendo o partido da Ordem, dissidentes inconformados fundaram então uma outra Ilé Axé, o (Ilê Axé Opô Afonjá), casa onde foi confirmado como Ojúbonã de Sangò, o Babalawó Pierre Fatumbi Verger. Sendo assim a primeira casa no Brasil a dispor de ligação direta com a cultura yorubá, renascendo outro Fatumbi no Aye ao nascer um no Orun, no mesmo dia e mês, promessa de Olorum. Logo, no falecimento de Pierre Fatumbi Verger, em 11 de fevereiro de 1996, renasceu o Fatumbi Marcelo Lima, nascido em Salvador, Bahia.
Maximiana Maria da Conceição, Tia Massi foi sucedida por Maria Deolinda, Mãe Oké. A direção sacerdotal do Engenho Velho foi posteriormente confiada à Marieta Vitória Cardoso, Oxum Niké, recentemente desaparecida.
Atualmente, assumiu a chefia da Casa, a Iya Lorixá Altamira Cecília dos Santos, filha legítima de Maria Deolinda dos Santos, carinhosamente chamada de "Papai Oké".

Situação atual[editar | editar código-fonte]

Coroa de Xangô, no interior do barracão
No iníco, as atividades do Ilé Axé sofreram perseguições da Sociedade e por parte da Polícia. Já no período da República, o candomblé fora proibido de exercer as suas atividades e os Terreiros ficaram subjugados à Delegacia de Jogos, Entorpecentes e Lenocínio.
Hoje porém a situação é diferente. Existe na Prefeitura de Salvador, o Projeto Mamnba da Pro-Memória, sob a direção do Antropólogo Ordep José Trindade Serra, cujo objetivo é proceder o Mapeamento de Sítios e Monumentos Religiosos Negros na Bahia.
Em 14 de junho de 1986, o Ministério da Cultura, a Prefeitura Municipal de Salvador e o Ministério da Relações Exteriores, em conjunto lançaram oito postais sobre a Ilé Axé Iya Nassô Oká e a revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional publicou - A Coroa de Xangô no Terreiro da Casa Branca - em separata do número 21/1986. Chegou então a hora da proteção a todos os Terreiros de Candomblé do Estado. Língua yorubá nos Currículos de 1º e 2º graus.
Diante da solicitação da Socidade Beneficente São Jorge do Engenho Velho, conforme fundamentação e comprovação firmada pelo presidente, Sr. Antonio Agnelo Pereira, cultor de etnografia afro e diplomado em Língua Yorubá pelo Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia, o Conselho Estadual de Educação aprovou introdução da Língua yorubá nos Currículos de 1º e 2º Graus nos Colégios de Rede de Ensino do Estado.
O Ilé Axé Iya Nassô é o 1º Templo de Culto Religioso Negro no Brasil - Casa Branca do Engenho Velho.
É o primeiro Monumento Negro considerado Patrimônio Histórico do Brasil desde o dia 31 de maio de 1984 (Tombamento do Terreiro do Engenho Velho):
  • Tombamento Terreiro Casa Branca, foi realizado em 14 de Agosto de 1986 pelo IPHAN.[11][12]
  • Livro Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico Inscrição:093
  • Livro Histórico, Inscrição:504, Nº Processo:1067-T-82
Antes disso, em 1982, o Terreiro já havia sido tombado como Patrimônio da Cidade do Salvador 1ª Capital do Brasil.
Em 1985 o Terreiro do Engenho Velho foi considerado Axé Especial de preservação Cultural do Município de Salvador.
A Sociedade São Jorge do Engenho Velho, representante legal da Comunidade do Ilé Axé Iya Nassô Oká foi considerada de utilidade pública Municipal e Estadual. É Membro do Conselho Geral do Memorial Zumbi dos Palmares.
Atualmente está feito o Plano de preservação do Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho e prepara-se o Projeto de Recuperação da área em convênio com o Ministério da Cultura e a Prefeitura Municipal do Salvador.
O Terreiro da Casa Branca do Engenho Velho, mais antigo do Brasil, tem como Iyalorixá a Venerável Altamira Cecília dos Santos, secundada pelas veneráveis Iya Kekeré Juliana da Silva Baraúna e Otun Iya Kekeré Areonite da Conceição Chagas.
Possui um vasto Colégio Sacerdotal composto pelas Iya bomin, Ogans e Olossés, além de muitas Iyaôs e Abians. Deu origem a inúmeros Templos afro-brasileiros, e possui ligação e respeito a cultura Yorubá, representada na Bahia por Fatumbi e na África pelos Babalawós .

Sociedade São Jorge do Engenho Velho (1943)[editar | editar código-fonte]

A Sociedade Beneficente e Recreativa São Jorge do Engenho Velho que representa o candomblé da Casa Branca, foi fundada a 25 de julho de 1943, registrada no Cartório Especial de Títulos e Documentos em 2 de maio de 1945 sob nº 15.599, declarada de utilidade pública pela Lei Municipal 759 de 31 de dezembro de 1956, é regida por Estatuto e tem personalidade jurídica.
Sua Diretoria é composta por um presidente, um vice, 1º e 2º secretário, 1º e 2º tesoureiro. Assembleia geral, com presidente, 1º e 2º secretários. Comissão fiscal, composta por três membros. Atualmente a Diretoria da Sociedade é exercida pelo Sr. Antônio Agnelo Pereira. Ministro de OxaláOxogum e Obalaxé do Ilé Iya Nassô Oká, Casa Branca. A Diretoria de Honra da Entidade é composta pela Trilogia Sacerdotal do Axé, atualmente representada nas pessoas da Iya Altamira Cecília dos Santos, Iya Juliana da Silva Baraúna e Iya Areonite da Conceição Chagas. Existe ainda a Diretoria do Patrimônio e uma Comissão de Defesa do Patrimônio.

Sacerdotisas[editar | editar código-fonte]

Casa dos Ancestrais

Calendário de festas[editar | editar código-fonte]

As obrigações religiosas da Ilé Axé começam no fim de maio ou princípio de junho com a Festa de Oxossi. No dia de Corpus Christi tem a tradicional Missa de Oxóssi
A Festa de Ayrà tem lugar a 29 de junho.
Na última sexta-feira de agosto, realiza-se a Cerimônia da As Águas de Oxalá, seguindo-se os três domingos consecutivos, nos quais se festeja Odudwa no primeiro, Oxalufan no segundo e a Festa do Pilão em homenagem a Oxaguian, no último domingo.
Na segunda-feira imediata, festeja-se Ogum e na seguinte Omolú.
Havendo no entanto, um espaço para iniciação de novas filhas, prossegue as festas em louvor a YansãXangôFesta das Iabás e Oxum, terminando o ciclo festivo no final de novembro.
O X Alaiandê Xirê Ipade Lomin - Encontro das Águas na Avenida Vasco da Gama, aconteceu de 15 a 18 de novembro de 2007 na Casa Branca do Engenho Velho, devendo retornar ao referido terreiro na 12ª edição, em 2009